Sabesp tira água do Cantareira para aliviar Alto Tietê
Em ofício encaminhado ao Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), do governo paulista, e à Agência Nacional de Águas (ANA), do governo federal, a Sabesp afirma ainda que outro motivo para ampliar a exploração do Cantareira é o atraso na conclusão da transposição de água da Billings para o Alto Tietê. Considerada a principal obra para evitar o rodízio na Grande São Paulo, a obra chegou a ser prometida para maio deste ano e, por último, para agosto ou setembro. Agora, deve entrar em operação em outubro.
Na note de terça-feira, 28, o DAEE emitiu nota na qual autoriza, junto com a ANA, o aumento da retirada máxima do Cantareira para 14,5 mil litros por segundo no mês que vem e a manutenção do limite de 13,5 mil l/s entre setembro e novembro para abastecer cerca de 5,2 milhões de pessoas na Grande São Paulo.
Na prática, o pedido tem como objetivo evitar a adoção de um rodízio drástico na região do Cantareira, que seria de 5 dias sem água e 2 com, segundo a Sabesp, mas deve retardar a recuperação do manancial, que ainda opera com 10,4% de capacidade negativa, ou seja, dentro do volume morto.
Em maio, ANA e DAEE haviam definido que a captação máxima pela Sabesp seria de 13,5 mil l/s entre junho e agosto, e reduzida para 10 mil l/s entre setembro e novembro deste ano. A decisão foi tomada para tentar acelerar a recuperação do sistema e respeitou o cronograma de entrega de obras emergenciais da Sabesp.
Atraso
A principal delas é a transposição de 4 mil l/s do Sistema Rio Grande, braço da Billings, para a Represa Taiaçupeba, do Sistema Alto Tietê, que havia sido prometida pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) para maio deste ano. Em abril, a Sabesp admitiu o atraso e informou que a conclusão ocorreria em agosto. Já Alckmin disse que a entrega seria, no máximo, em setembro.
Agora, contudo, a Sabesp informou que a transposição "entrará em operação assistida (em testes) em setembro". Já a operação efetiva foi marcada para outubro. Segundo a estatal, "trata-se de obra de grande porte que demandou autorizações da Petrobrás na parte terrestre e licenças ambientais para que tivesse início". Em maio, o presidente da empresa, Jerson Kelman, havia classificado a construção como um "projeto de bombeamento simplérrimo" que "não tem nenhuma dificuldade de ficar pronto a tempo".
De acordo com a Sabesp, o objetivo da obra, orçada em R$ 130 milhões e contratada sem licitação, é levar mais água para o Alto Tietê, que não está operando com sua capacidade máxima porque está com baixo nível de armazenamento, para que ele possa socorrer bairros atendidos pelo Cantareira e reduzir ainda mais a dependência do manancial em crise. Agora, contudo, a obra terá de socorrer o Alto Tietê antes.
Segundo o presidente da ANA, Vicente Andreu o aumento da exploração de água do Cantareira "agrava a situação do sistema e exige um acompanhamento mais rigoroso do manancial no período seco".
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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