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Líderes do PSDB defendem novas eleições no lugar de impeachment

De Brasília

06/08/2015 17h27

Líderes do PSDB na Câmara e no Senado defenderam nesta quinta-feira (6) que a saída para a crise é a realização de novas eleições e não o impeachment da presidente Dilma Rousseff. A declaração foi dada no mesmo dia em que a imprensa revelou que tucanos e peemedebistas se reuniram para discutir a possibilidade de abertura de um processo de impedimento contra a petista. Caso isso aconteça, o vice-presidente Michel Temer, que é do PMDB, assumiria o cargo.

Os tucanos disseram ainda que concordavam "parcialmente" com a avaliação feita por Temer na quarta-feira, 5, de que estava faltando uma pessoa no cenário nacional que conseguisse unir o país, mas deixaram claro que essa pessoa não seria o peemedebista. "Não será através de um acordo, de um conchavo político, de um entendimento meramente entre partidos, que nós encontraremos saída para esta crise. Precisamos, sim, de alguém que una a Nação, e esse alguém só surgirá legitimado pelas urnas", disse o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).

Os tucanos fizeram um apelo para que as pessoas que forem às ruas no próximo dia 16 se manifestem a favor da realização de novas eleições e deixem de lado a bandeira do impeachment. "Estamos lançando um movimento para que a sociedade brasileira reflita que a melhor saída para a gravidade da crise são novas eleições", disse o líder do Senado.

As duas lideranças refutaram a tese do PT de que pedir uma nova eleição era um movimento golpista da oposição e disseram que estavam "na expectativa" da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que investiga irregularidades nas contas da campanha que podem resultar na cassação do mandato de Dilma. O caso deve ser julgado até outubro.

Governabilidade

Diante do agravamento da crise política e econômica, senadores da base e da oposição decidiram costurar um pacto pela governabilidade para se contrapor às propostas que causem impacto aos cofres públicos, que têm sido aprovadas nos últimos dias pela Câmara dos Deputados, as chamadas "pautas-bomba". O movimento ocorre a despeito de eventuais interesses de oposicionistas e até mesmo de integrantes da base pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff.

Lideranças do Senado do PMDB, do PSDB, do PT e de outros partidos intensificaram as conversas a fim de circunscrever à crise as iniciativas tomadas pela Câmara, presidida por Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O peemedebista rompeu no mês passado com o Palácio do Planalto na esteira da divulgação de uma delação premiada na Operação Lava Jato que o implicou pessoalmente. Ele acusa o governo de estar por trás do caso.