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Renan elogia corte de ministérios, mas diz que medida poderia ter ocorrido antes

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) - Pedro Ladeira/Folhapress
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Em Brasília

25/08/2015 12h25

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), elogiou nesta terça-feira (25) a decisão do governo da presidente Dilma Rousseff de anunciar um corte de ministérios e cargos comissionados. Ele ressalvou, entretanto, que a redução poderia ter sido feita antes, como a primeira medida da reforma do Estado.

"Eu acho que é uma boa iniciativa da presidente, isso poderia ter sido feito lá atrás. Eu fundamentalmente defendo corte de ministérios, cargos em comissão e a reforma do Estado para garantir mais eficiência da máquina pública", disse Renan, em entrevista na chegada ao Senado.

O peemedebista destacou que, embora não tenha sido consultado pela presidente, sempre defendeu as medidas anunciadas ontem pelo governo, que devem ser implementadas até o final de setembro. Ele destacou que a reforma do Estado é um grande exemplo do que se pode fazer para o ajuste fiscal.

Questionado se a proposta poderia causar uma insegurança na base aliada, que deve perder ministérios, Renan disse que "sinceramente" não sabe o que o governo está pensando. Mas frisou que a medida é "coerente com o ajuste fiscal que o governo está pretendendo fazer".

O presidente do Senado disse que fará um esforço para votar tudo que está na Agenda Brasil, conjunto de iniciativas anticrise lançado por ele. "Vamos ouvir líderes, instalar a comissão que vai cuidar de todos os pontos desta agenda. É importante para o Brasil que a gente avance com relação a este objetivo", afirmou.

Temer

Renan fez elogios ao vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP), um dia após a decisão dele de deixar o "varejo" da articulação política. Segundo o presidente do Senado, Temer tem uma "grande contribuição a dar ao país".

"Ele [Temer] tem o nosso apoio para permitir que cumpra o papel que lhe possa ser eventualmente cobrado. Ele tem o nosso apoio para que possa cumprir o seu melhor papel", disse Renan.

O presidente do Senado disse ter conversado na segunda-feira com Temer, que, segundo ele, se mostrou disposto a ajudar. "É importante que nós possamos, neste momento de dificuldades, inclusive na área política, apoiar as pessoas que querem fazer o bem", afirmou.

Segundo Renan, Temer não lhe relatou na conversa nenhuma insatisfação com o PT. Nos bastidores, esse é um dos motivos alegados pelo vice e por aliados para a saída dele da função.

Janot

O presidente do Senado disse, ainda, não acreditar em surpresas na votação secreta que pode reconduzir amanhã o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, mesmo diante do fato de vários senadores - inclusive ele - serem investigados na Operação Lava Jato.

"Acredito que não [haverá surpresas]. Acho que a maior demonstração que o Senado pode dar de isenção neste caso é fazer a apreciação da indicação com normalidade, com respeito. Uma coisa muito boa no Brasil, acho que as instituições estão funcionando", disse Renan.

Ontem, o jornal "O Estado de S. Paulo" revelou que a cúpula do PMDB do Senado fechou um acordo para dar mais um mandato de dois anos para Rodrigo Janot.

O presidente da Casa reafirmou que a sabatina do procurador-geral está marcada para amanhã na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Ele disse que, conforme calendário que já estabeleceu, vai levar a indicação ao plenário no mesmo dia.