Mineradora joga lama removida ao lado de rio em Minas
A mineradora Samarco está depositando a lama que vem sendo retirada há três semanas do centro da cidade de Barra Longa, a 60 quilômetros de Mariana (MG), justamente na margem do rio do Carmo, curso d'água que termina no rio Doce e local de onde está vindo a sujeira que contamina a água potável de mineiros e capixabas e já chegou ao mar.
O procedimento, dizem especialistas, contamina cada vez mais a água do rio, pois a lama, com a chuva, volta a escorrer para as águas. A Samarco diz que o depósito no local é temporário e a empresa busca um espaço adequado.
A montanha de lama fica bem na entrada da cidade. Caminhões que saem de Barra Longa percorrem cerca de um quilômetro até o local do depósito, um terreno que funcionava como centro de exposições para festas agropecuárias da pequena cidade, de 7.000 habitantes. Uma escavadeira e uma pá mecânica passam o dia empilhando a sujeira depositada pelos caminhões. "É um lugar provisório, mas ainda não encontramos outro", diz o prefeito de Barra Longa, Fernando José Carneiro Magalhães (PMDB), ao reconhecer que a lama pode voltar ao rio. "Falaram que iriam deixar lá para secar, e depois colocariam em outro lugar", continua.
Prazo
Magalhães afirma que, em reuniões com a Samarco, foi estabelecido prazo até 30 de setembro do ano que vem para que a limpeza na cidade termine. O presidente da Associação Brasileira de Análise de Impacto, Alberto Fonseca, pró-reitor da Universidade Federal de Ouro Preto, afirma que o que o risco é de um "assoreamento homeopático", com a lama voltando ao rio aos poucos, levando as partículas sólidas de volta ao curso d'água. "Antes de fazer qualquer análise, é preciso saber o que é esta lama. Fazer um plano de amostragem, com análises em diversos pontos, para aí, sim, saber do que se trata o material", explica o engenheiro ambiental.
"Se for constatado que o material é inerte, ou seja, não traz risco de contaminação, ele pode ser tratado como entulho. Para que fosse depositado na margem de um rio, só com um plano de drenagem e de monitoramento, o que não parece ser o caso, pelo que está sendo contado", afirmou.
A limpeza da cidade se restringe à área urbana. Para as áreas rurais, e também para o distritos da cidade que foram atingidos, o vereador Leleco Rosário (PMDB), que encabeça o diálogo da cidade com a mineradora Samarco, diz que, até o momento, não foi feito um plano de limpeza. "Estão estudando jogar um produto para misturar com a lama e ver se a vegetação vai crescer", afirma. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.