Pérola Negra abre desfile de SP contando a história da Vila Madalena
Com 2.800 integrantes, divididos em 24 alas, a Pérola Negra busca o título da elite do carnaval paulistano com um enredo que conta a história do bairro através da dança. A escola do carnavalesco Fábio Borges começa a apresentação do enredo lembrando que a região já foi uma área de Mata Atlântica e destaca a dança como sedução no reino animal, além das danças indígenas.
O enredo vai retratar ainda a formação da Vila Madalena, com a chegada dos estudantes, dos hippies, e a formação de sua efervescência cultural. A evolução da escola chega até aos dias atuais e mostra uma Vila Madalena como principal área de concentração dos blocos de rua.
Com 200 integrantes, a bateria da Pérola Negra é comandada pelo mestre Henrique Sampaio, conhecido como Nê. A angolana Carmen Mouro, rainha da bateria, é a primeira estrangeira a representar a ala dos ritmistas no carnaval de São Paulo. Outros destaques da escola são Carlinhos de Jesus, Fernando Rocha, apresentador do programa "Bem Estar", da Globo, e a dançarina do Faustão, Juliana Valcezia.
Samba-enredo: "Do Canindé ao samba no pé. A Vila Madalena nos passos do balé"
É na ginga da dança... que eu vou
Solta o corpo e balança... amor
Vem ver como é que é, samba na ponta do pé
Pérola Negra vem nos passos do balé
É carnaval, a minha vila contagia
A joia rara te convida pra dançar
O som da mata ecoou em sinfonia
A revoada cortando o ar
Das águas, o bailar da sutileza
Celebrando a natureza
O índio cantou e dançou a noite inteira
Da fé rituais em louvor, ôô
Com cheiro de mato, o som da viola embalou
Negro firma o batuque na palma da mão
Vem no toque de Angola, levanta a poeira do chão
Fazendo festa pro seu rei coroar
"Semba" ioiô, samba iaiá!
E sanfoneiro puxa o fole bem ligeiro
Pra folia começar
Bate zabumba e pandeiro
Tem quadrilha no arraiá
Nas ruas o povo espalha alegria
A boemia encontra o seu "santo lar"
De portas abertas a cultura
Ritmando a mistura da arte popular
Olé, olé, olé, olá,
Faz mais um eu quero ver a galera delirar
E nesse embalo lá vou eu
Na Vila Madalena samba até quem já morreu.
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