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Amigo alertou jovem sobre dívida de multa

29/06/2016 07h30

São Paulo - O pai de Julio Cesar Alvez Espinoza, Julio Ugarte, disse estar indignado com a versão dos policiais. "É tudo invenção. Não conseguiram pegar o menino, deram um monte de tiros e tiveram de justificar." Segundo ele, o filho nunca usou drogas.

O pai admitiu que o rapaz até já teria fugido da polícia, porque o carro não estaria 100% regular, mas disse que, naquele dia, estava voltando de um bico que fazia em um bufê em São Caetano do Sul. "O carro estava com seis multas de rodízio. Ele estava fazendo esse bico para pagar as multas. É um absurdo. O menino era estudioso, tinha boas notas, pensava no futuro. Nunca se envolveu com coisa errada."

Espinoza não falava de outra coisa, segundo amigos: terminaria a faculdade neste ano e queria logo começar um negócio próprio ou arrumar um emprego na área em que se formaria, Logística. Nos últimos meses, vinha planejando uma pequena empresa de estampar canecas, segundo relato dos vizinhos.

O primo e amigo Leandro de Matos, de 31 anos, conversou com o rapaz alguns dias antes. "Ele contou que entrou de férias e me mostrou as notas boas. A gente estava marcando de se encontrar no fim de semana", disse. "Não dá para acreditar no que aconteceu. Era uma pessoa boa, trabalhadora."

Matos disse que sabia de episódios anteriores em que o amigo tentou fugir da polícia e tentou alertá-lo. "Dizia: paga logo isso aí. Vai que um policial atira, dá uma multa. É pior."

A namorada de Espinoza, Aline Barbosa, de 18 anos, afirmou que ele tinha planos de deixar a casa dos pais em breve. "Ele queria morar sozinho, arrumar um emprego na área."

O vizinho e amigo de infância Daniel Moreira, de 34 anos, lembrou da paixão pelo futebol e pelo Palmeiras. "Ia sempre aos jogos. Era tranquilo."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.