Conteúdo publicado há 7 meses

Incêndio em pensão deixa ao menos 10 mortos em Porto Alegre

Um incêndio deixou pelo menos dez mortos e 15 feridos em uma pensão em Porto Alegre na madrugada desta sexta-feira (26).

O que aconteceu

A informação das mortes foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul. A pensão fica localizada na avenida Farrapos, no bairro Floresta.

Cinco mortos já foram identificados pelo IGP (Instituto-Geral de Perícias). São quatro homens e uma mulher. Porém, os nomes e idades não foram repassados para "para preservar a identidade das vítimas", segundo o IGP.

15 pessoas feridas. A equipe da prefeitura de Porto Alegre informou, em coletiva de imprensa à tarde, que 15 pessoas ficaram feridas, sendo oito levadas diretamente a um hospital, e outras sete que procuraram atendimento ao longo do dia.

Desse total de feridos, oito pessoas ainda estão internadas. Duas em estado "complicado", mas estáveis, uma em situação moderada e os outros sob controle. Ainda há outras duas pessoas que estão em atendimento, sem definição se permanecerão internadas ou serão liberadas.

Local funcionava de forma irregular, mas tinha convênio com a Prefeitura de Porto Alegre. Segundo o Corpo de Bombeiros, o espaço não tinha Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndios nem alvará para funcionar como pousada. O contrato mais recente da pousada com a prefeitura estava em vigente desde dezembro, tinha prazo de 12 meses e valia R$ 2,7 milhões.

Prefeito informou que documentos do convênio serão analisados. Na cena do incêndio, Sebastião Melo conversou com jornalistas e confirmou que uma licitação formalizou o convênio do estabelecimento com a prefeitura. "A prefeitura vai aportar todos os documentos que tem na Fasc [órgão responsável pelos contratos]", disse. Segundo o prefeito, a relação da prefeitura com a empresa ocorre desde 2017 e uma nova licitação foi registrada no ano passado.

Defesa Civil analisa o que causou o fogo. A informação foi dada pelo chefe do órgão, Evaldo de Oliveira Junior, ao UOL. O órgão informou que a hipótese de que o fogo tenha sido criminoso foi uma das levantadas, mas que perícia deve determinar a causa do incêndio.

Espaço será isolado por precaução. Ao UOL, Evaldo de Oliveira também informou que a Defesa Civil ainda analisa se o espaço tem risco de colapsar. "Independente da avaliação, estamos providenciando junto ao proprietário do imóvel para que a área seja totalmente isolada para que ninguém ingresse no local", afirmou.

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Vítimas foram socorridas ao Hospital de Pronto Socorro da capital. Em publicação nas redes sociais, o prefeito Sebastião Melo (PMDB) afirmou que o atendimento aos socorridos é a prioridade no momento.

Presidente e governador lamentaram mortes. "O estabelecimento acolhia pessoas em situação de vulnerabilidade na capital gaúcha. Minha solidariedade às famílias e aos amigos que perderam seus entes", disse Lula na plataforma X. "Seguimos mobilizados no rescaldo dessa tragédia e na identificação das causas das chamas", afirmou o governador Eduardo Leite (PSDB) em publicação.

Polícia Civil vai investigar incêndio. O caso foi encaminhado à 17ª DP e os relatórios técnicos são aguardados pelas autoridades, informou a PCRS ao UOL.

Faltava luz na pousada antes do incêndio, informou moradora da pensão. Ao UOL, moradores do imóvel se queixaram da má-condição do local.

Sobrevivente teria se jogado do terceiro andar para fugir do fogo, disse testemunha. Em entrevista à RBSTV, uma moradora da região contou que ajudou a socorrer um dos feridos. "Ele disse que se atirou do terceiro andar. Ajudamos ele, levamos para a Santa Casa, a Santa Casa disse que não era ali. Levamos para a HPS e lá deram atendimento a ele", disse.

A prefeitura de Porto Alegre decretou luto de 3 dias. "Minha agenda está dedicada à gestão para definição das medidas de acolhimento e apuração". O prefeito Sebastião Melo também informou que dará uma coletiva de imprensa às 17h.

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O UOL tenta contato com os donos do local. O espaço será atualizado tão logo haja retorno.

O UOL também procurou a assessoria da Fasc (Fundação de Assistência Social e Cidadania), que firmou o contrato, mas ainda não obteve retorno.

Com o barulho, o estrago, eu gritei, subi as escadas correndo, gritando: 'Fogo, salve-se quem puder'.
Jorge Antônio Ferreira, sobrevivente do incêndio, ao UOL

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