Topo

Prefeitura de SP nega critério político em vetos de Haddad

José Américo (PT), o secretário municipal de Relações Governamentais de SP - Tiago Chiaravolli/Futura Press/Estadão Conteúdo
José Américo (PT), o secretário municipal de Relações Governamentais de SP Imagem: Tiago Chiaravolli/Futura Press/Estadão Conteúdo

Em São Paulo

23/08/2016 07h10

O prefeito Fernando Haddad (PT) vetou 230 projetos de vereadores aprovados pela Câmara Municipal desde que assumiu a prefeitura - quatro, em média, para cada um dos 55 parlamentares. O porcentual de propostas rejeitadas na íntegra é de 24%, segundo levantamento feito pelo jornal "O Estado de S. Paulo" com dados de janeiro de 2013 a julho deste ano. É quase o dobro da marca alcançada nos quatro anos da gestão Gilberto Kassab (PSD), quando foram barrados 105 projetos, ou 13% do total.

O secretário municipal de Relações Governamentais, José Américo (PT), diz que o governo gostaria que o número de vetos fosse menor, mas garantiu que as decisões tomadas são necessárias por critérios técnicos.

"Posso assegurar que nunca houve nenhum tipo de juízo político. Tanto isso é verdade que há projetos meus e do líder de governo [Arselino Tatto] nessa lista. Às vezes, o prefeito até concorda com o conteúdo da proposta, mas a Procuradoria orienta o veto", ressalta.

O petista nega falta de diálogo com a Câmara Municipal - Américo foi vereador e presidente da Casa durante os dois primeiros anos de Haddad na prefeitura. "O canal está aberto", assegura.

Para o cientista político Marco Antonio Teixeira, da Fundação Getúlio Vargas (FVG-SP), porém, a quantidade de vetos escancara a dificuldade de o governo se articular com a Câmara, apesar de ter conseguido aprovar de 2013 para cá projetos importantes, como as revisões do Plano Diretor e da Lei de Zoneamento.

"O prefeito não fez um pacto com os vereadores, para o bem ou para o mal. Mas é preciso lembrar que a Câmara é uma casa política, de negociação. E, nesse sentido, o diálogo deve ocorrer para o desenvolvimento da cidade", afirma. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".