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PF faz operação contra quadrilha de Fernandinho Beira-Mar; irmã de traficante é presa

Irmã de Fernandinho Beira-Mar é presa em operação da PF - FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO
Irmã de Fernandinho Beira-Mar é presa em operação da PF Imagem: FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO

Felipe Cordeiro

Em São Paulo

24/05/2017 09h13

A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (24), uma operação para desmantelar uma quadrilha liderada pelo traficante Luiz Fernando da Costa, conhecido Fernandinho Beira-Mar. Ele atuava no tráfico de drogas e em lavagem de dinheiro. Segundo a PF, o grupo movimentou valores superiores a R$ 9 milhões, com ordens recebidas pela troca de bilhetes de dentro do presídio.

A Operação Epístolas apreendeu, até o início da tarde desta quarta, R$ 100 mil em espécie, e dezenas de cestas básicas e cigarros. Já foram presas 24 pessoas no Rio de Janeiro.

A Justiça autorizou 22 mandados de prisão preventiva, 13 de prisão temporária, 27 de condução coercitiva, 85 de busca e apreensão, além de outras medidas cautelares, incluindo o bloqueio de valores que, somados, chegam aos R$ 9 milhões. O valor estaria depositado em 51 contas bancárias. Também foi ordenada a suspensão de atividades comerciais de nove empresas. 

Os alvos das medidas da 3ª Vara Federal estavam em Rondônia, no Rio de Janeiro, na Paraíba, no Ceará, em Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal.

Operação que atingiu Beira-Mar foi realizada em 5 estados e no DF

Band News

Bilhete picotado

As investigações se iniciaram há cerca de um ano com a apreensão de um bilhete picotado em uma marmita, encontrado por Agentes Federais de Execução Penal na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO).

Após a reconstituição e exame grafotécnico, atestou-se ter sido escrito pelo líder da quadrilha, preso naquela unidade. Pelo documento, foi possível identificar ordens a outros integrantes do grupo que se encontravam em liberdade.

Foram apreendidos cerca de 50 bilhetes redigidos ou endereçados ao interno que eram entregues por um esquema altamente elaborado e sofisticado para a transmissão de seus recados. Não há sequer indícios, ao longo de toda a investigação, de participação ou facilitação por parte dos Agentes Federais de Execução Penal lotados no Presídio Federal de Porto Velho ou demais servidores públicos envolvidos.

Para tentar comprovar a origem dos rendimentos, foi montado um forte esquema de lavagem de capitais por meio de empresas de fachada e estabelecimentos comerciais, sobretudo casas de shows e bares, além de aquisições e reformas imobiliárias.

Estima-se que a organização chegue a movimentar mensalmente valores superiores a R$ 1 milhão, em razão das atividades ilícitas desempenhadas, sendo identificados preliminarmente bens pertencentes ao grupo avaliados em aproximadamente R$ 30 milhões.

Os presos preventivamente em outros Estados da Federação serão levados para o Estado de Rondônia, sendo determinada a transferência imediata do líder e do comparsa responsável pela saída e entrada dos bilhetes para outra unidade do Sistema Penitenciário Federal e a inclusão emergencial de alguns integrantes na Penitenciária Federal de Porto Velho, como forma de desarticular a organização criminosa.