Líder do PSB adota tom pacificador e diz acreditar em retomada do diálogo
Um dia após flertar com DEM e PMDB, a líder da bancada do PSB na Câmara, deputada Tereza Cristina (MS), adotou um tom pacificador e disse acreditar em uma reaproximação com o partido. Em nota divulgada na manhã desta quarta-feira, 19, pela liderança do PSB na Casa, a líder afirmou que o encontro com o presidente Michel Temer foi apenas uma "visita de cortesia" e que o assunto foi a pauta do semestre.
"Quanto às especulações sobre a filiação de deputados socialistas a esta ou àquela legenda, enfatizamos acreditar, antes de mais nada, na retomada do diálogo com a Direção Executiva do PSB", diz a nota.
Fora da agenda oficial, Temer participou ontem de um café no apartamento funcional de Tereza e mais quatro parlamentares para fazer o convite de filiação ao PMDB. O encontro foi intermediado pelo deputado Danilo Forte (PSB-CE). "Ele perguntou sobre a nossa situação no partido e falou: 'O PMDB está aí também, conversem com o (senador Romero) Jucá (presidente do PMDB)", disse Tereza nesta terça-feira ao Estadão/Broadcast, ao relatar a conversa com Temer. Logo depois, ela e outros parlamentares seguiram para a residência oficial de Maia, onde foram recebidos para tratar da possibilidade de migração dos dissidentes para o DEM.
Na mensagem, Tereza Cristina afirma também que o encontro ontem com o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, não está relacionado à visita de Temer. "A agenda com o secretário da Receita Federal foi marcada há mais de 15 dias pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), grupo do qual a deputada Tereza Cristina é vice-presidente, e deveria ter acontecido na segunda-feira (17), às 20h, conforme pode ser facilmente verificado na agenda oficial do senhor Jorge Rachid. No entanto, a pedido do próprio secretário, foi cancelada e remarcada para 14h desta terça-feira", destaca a nota.
O assédio aos dissidentes do PSB criou um atrito entre Temer e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Embora sejam aliados, Temer e Maia disputam 16 dos 36 deputados do PSB. A sigla deixou o governo em maio, após a divulgação da delação do empresário Joesley Batista, da JBS, que fundamentou a denúncia por corrupção passiva contra o peemedebista. Ainda assim, parte da bancada - encabeçada por Tereza - segue votando com o governo, contrariando a orientação partidária.
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