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Valor do fundo político supera ou iguala orçamento de 7 ministérios

Esplanada dos ministérios em Brasília - Kleiton Amorim/UOL
Esplanada dos ministérios em Brasília Imagem: Kleiton Amorim/UOL

Isadora Peron

Em Brasília

12/08/2017 08h25

Os R$ 3,6 bilhões que devem ser destinados ao fundo público eleitoral se a reforma política for aprovada pelo Congresso superam o orçamento anual de um quarto dos ministérios do governo. Levantamento feito pelo jornal "O Estado de S. Paulo" mostra que pelo menos sete pastas têm um valor menor ou igual ao fundo.

O valor deverá ser destinado aos partidos políticos para as eleições de 2018. O Ministério do Meio Ambiente conta com um orçamento apenas ligeiramente maior: R$ 3,8 bilhões.

O Ministério do Turismo, por exemplo, possui R$ 343 milhões para custear despesas e realizar investimentos no setor. Já o orçamento do Esporte é de R$ 960 milhões e do Ministério da Transparência, de R$ 986 milhões. Cultura (R$ 2,5 bilhões), Indústria e Comércio Exterior (2,6 bilhões), Advocacia-Geral da União (R$ 3,5 bilhões) e Relações Exteriores (R$ 3,6 bilhões) completam a lista.

Esses valores correspondem ao orçamento das pastas antes do corte adicional de R$ 5,9 bilhões anunciado pelo governo no fim do mês passado.

A proposta de criar o fundo consta no relatório aprovado na quarta-feira passada pela comissão especial que debate a reforma política na Câmara. O texto, que também aprovou a mudança do sistema eleitoral para o chamado "distritão", ainda precisa passar pelos plenários da Câmara e do Senado. Para valer para 2018, as medidas têm de ser aprovadas nas duas Casas até final de setembro. Por se tratar de uma emenda à Constituição, a proposta precisa do apoio de 308 deputados e de 49 senadores.

Apesar de polêmico, a criação do fundo é praticamente consenso entre os parlamentares, já que a classe política busca uma maneira de abastecer os caixas das campanhas após a proibição das doações empresariais e as investigações da Operação Lava Jato.

"A questão toda é como você financia a eleição? Infelizmente, a gente não tem alternativa a não ser buscar recursos públicos", disse o deputado Celso Pansera (PMDB-RJ).

As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".