Búfalas de Brotas vão ficar sob responsabilidade de ONG, decide Justiça
As mais de mil búfalas resgatadas em situação de maus tratos em uma fazenda de Brotas, no interior de São Paulo, continuarão sob os cuidados da ONG Amor e Respeito Animal (ARA). A decisão foi dada nesta quinta-feira, 30, pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).
A corte paulista confirmou a sentença que já havia sido dada pela Justiça de Brotas, decretando o perdimento das búfalas pelo dono dos animais. Na época, a defesa entrou com recurso, julgado agora pelo TJ-SP. Ainda cabe recurso dessa nova decisão.
Em suas redes sociais, a ONG ARA comemorou a decisão do tribunal. "Agradecemos o nosso jurídico que esteve presente na sessão de julgamento por todo o trabalho que tem sido feito desde novembro de 2021 na defesa e proteção de nossas meninas. E contamos com cada um de vocês para nos ajudar apadrinhando elas para que possamos dar a qualidade de vida que todas merecem. Agora, a manutenção delas é por nossa conta", postaram os dirigentes da ONG.
A ONG mantém campanhas na internet para obter recursos necessários para a alimentação e cuidados sanitários do rebanho. Uma das campanhas é no sentido de obter o apadrinhamento dos animais. Os gastos mensais chegam a R$ 150 mil.
Os padrinhos contribuem com valores a partir de R$ 50 por mês. Muitos voluntários que participaram do resgate ainda auxiliam na manutenção das búfalas que, embora estejam recuperadas, ainda sofrem com as sequelas deixadas pelo período de privação alimentar.
O resgate das búfalas de Brotas aconteceu em novembro de 2021, após a polícia ambiental encontrar cerca de mil animais em situação de abandono. Além de 22 búfalas mortas, foram encontradas dezenas de carcaças enterradas na fazenda.
O fazendeiro proprietário foi multado em R$ 4 milhões e, por duas vezes, foi preso sob a acusação de maus-tratos aos animais. Atualmente, ele responde ao processo em liberdade.
Na época, a ONG ARA, outras entidades de defesa dos animais e voluntários chegaram a montar um hospital de campanha para assistir às búfalas doentes. À Justiça, o pecuarista negou os maus-tratos e atribuiu a falta de pasto à forte estiagem que atingiu a região, o que levou alguns animais de idade avançada à morte. A reportagem entrou em contato com a defesa do pecuarista para comentar a decisão do TJ e ainda aguarda retorno.
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