"Não há solução militar para conflito na Ucrânia", diz vice de Obama
Vice-presidente americano acusa Rússia de ter iniciado o conflito no leste ucraniano e de ser a verdadeira força por trás dos rebeldes separatistas. Segundo ele, Washington vai continuar ajudando Kiev, mas sem armas.
O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse em entrevista ao jornal "Süddeutsche Zeitung" que não vê uma solução militar para a crise na Ucrânia. A declaração foi dada em meio a discussões sobre um possível fornecimento de armas pelos americanos ao país europeu.
"Nós dissemos, logo após o seu início, que não haveria solução militar para essa crise, apesar de a Rússia aparentemente tentar forçar uma solução desse tipo", declarou Biden, em entrevista publicada nesta quinta-feira (5).
Segundo ele, os Estados Unidos não têm qualquer interesse no acirramento do conflito militar e insistem para que aconteça o contrário.
O vice-presidente disse ainda que a Ucrânia tem todo o direito de se defender e que os Estados Unidos vão ajudar o país a fazê-lo. Na prática, isso significa que os EUA vão continuar fornecendo material não letal a Kiev, como coletes à prova de bala, equipamento médico e aparelhos de visão noturna.
Biden fez duras críticas à Rússia, a qual acusou de ser a verdadeira agressora no conflito, além de tê-lo iniciado. Segundo ele, muitos separatistas foram recrutados na Rússia e recebem armamento dos russos, além de apoio financeiro. Tropas russas também cruzaram a fronteira para se unir aos rebeldes, afirmou o vice-presidente.
"A Rússia agride a soberania e a integridade territorial da Ucrânia – e esses são os dois principais pilares da ordem mundial no pós-Guerra", afirmou.
Biden deverá encontrar-se no sábado com o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, e a chanceler federal alemã, Angela Merkel, à margem da conferência internacional sobre segurança em Munique, no sul da Alemanha.
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, é esperado nesta quinta-feira em Kiev, onde deverá se encontrar com o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, e com o primeiro-ministro Arseniy Yatsenyuk.
Em entrevista a outro jornal alemão, o diário Die Welt, Poroshenko apelou aos membros da Otan para que enviem armas à Ucrânia para que o país se "defender do agressor".
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