PF intima padre para prestar depoimento em inquérito sobre plano de golpe
A Polícia Federal intimou o padre José Eduardo de Oliveira e Silva e mais uma pessoa para prestar depoimento nesta quinta-feira (7) no inquérito que apura a articulação de um plano de golpe pelo ex-presidente Jair Bolsonaro após a derrota na eleição presidencial de 2022.
O padre havia sido alvo de busca e apreensão na operação deflagrada em fevereiro deste ano e chegou a ser chamado para depoimento. Na ocasião, ficou em silêncio sob o argumento de não ter obtido acesso à investigação. Com o inquérito na reta final, a PF o intimou novamente para dar esclarecimentos.
A PF passou a investigá-lo após a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid citar que o assessor presidencial Filipe Martins apresentou uma minuta de decreto golpista ao então presidente Bolsonaro no fim de 2022 e que estaria acompanhado, na ocasião, de um jurista e um padre.
O padre José Eduardo é pároco da Paróquia São Domingos, em Osasco (SP).
Procurado, o advogado do padre, Miguel Vidigal, afirmou que ele nunca esteve em reunião com Bolsonaro para discutir decreto golpista e não participou de acampamentos nos quartéis e nem do 8 de janeiro.
"A ficção criada em torno do suposto envolvimento do padre José Eduardo em qualquer ato que virasse a quebra da ordem constitucional virou um inquérito que indefectivelmente deverá se concluir com a total improcedência da acusação, que é completamente desconexa da realidade", afirmou, em nota, a defesa do padre.
O jurista citado por Cid seria Amauri Feres Saad, também investigado.
Nesta semana, a PF tomou diversos depoimentos de investigados no caso. Na segunda-feira, a PF ouviu o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e ex-funcionários da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Nesta quarta, estão sendo ouvidos militares suspeitos de envolvimento em articulações golpistas.
Esses depoimentos são as últimas diligências para, em seguida, a PF concluir o inquérito e enviar o material ao STF (Supremo Tribunal Federal).
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