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Seul anuncia deserção de espião norte-coreano

Homem assiste a programa de TV que mostra o líder norte-coreano, Kim Jong-un, em Seul, na Coreia do Sul - Lee Jin-man/AP
Homem assiste a programa de TV que mostra o líder norte-coreano, Kim Jong-un, em Seul, na Coreia do Sul Imagem: Lee Jin-man/AP

11/04/2016 10h02

Militar de alta patente ligado ao serviço secreto da Coreia do Norte desertou em 2015 para o sul, afirma o governo sul-coreano. Anúncio ocorre poucos dias depois de deserção de 13 trabalhadores de restaurante

O governo sul-coreano afirmou nesta segunda-feira (11) que um coronel da Coreia do Norte desertou para a Coreia do Sul em 2015, algo raro entre altas patentes militares do regime comunista.

Segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap, o coronel lidou com operações de espionagem visando a Coreia do Sul no Escritório Geral de Reconhecimento (serviço secreto) da Coreia do Norte antes de chegar a Seul. O principal alvo do serviço secreto norte-coreano é justamente a Coreia do Sul.

"É o mais alto militar a ter desertado para o sul", disse um funcionário do governo sul-coreano citado pela Yonhap, acrescentando que ele pode ter informações importantes. Os ministérios sul-coreanos da Unificação e da Defesa confirmaram a informação, mas não deram mais detalhes.

O Ministério da Unificação acrescentou que um diplomata de alto escalão, que estava num país africano, também desertou para o sul com a sua família, no ano passado.

A revelação foi feita poucos dias depois de Seul ter anunciado que um grupo de 13 norte-coreanos, que trabalhava num restaurante mantido pelo Estado num país não identificado, fugiu para a Coreia do Sul numa rara deserção em massa.

Os desertores - um homem e 12 mulheres - chegaram à Coreia do Sul na quinta-feira. Nesta segunda-feira, a China confirmou que o grupo esteve no país e o deixou legalmente. A imprensa sul-coreana afirmou que o grupo trabalhava num restaurante na cidade portuária de Ningbo (sudeste da China) antes de desertar para a Coreia do Sul.

Deserções são um tema delicado nas relações entre as duas Coreias e nem sempre são tornadas públicas pelo governo em Seul. A oposição acusa o governo da presidente Park Geun-hye de tentar influenciar o voto conservador nas eleições parlamentares desta quarta-feira com os anúncios.

Mais de 29 mil norte-coreanos desertaram para a Coreia do Sul desde o fim da Guerra da Coreia, segundo registros do governo sul-coreano.