Afetados por explosões de Brazzaville pedem satisafações ao governo
Clotaire Hymboud.
Brazzaville, 6 mar (EFE).- Desolados, os sobreviventes da recente explosão de um arsenal militar de Brazzaville criticam a falta de reação do governo do Congo, ao qual pedem satisfações pela precária gestão de um desastre que, segundo números oficiais, causou 146 mortes.
A tragédia, que ocorreu no domingo passado quando um depósito de armas e munição do bairro de Mpila pegou fogo, causou, além disso, grandes danos nos prédios vizinhos, cujos custos não podem ser arcados por seus moradores.
"Vivi a guerra de 1997 aqui em Mpila, mas nunca vi um espetáculo de devastação como esse", relatava nesta terça-feira à Agência Efe Joseph, um professor aposentado de cerca de 60 anos, durante uma visita à devastada área na qual vivia.
Moradores indignados, escolas e centros de saúde destroçados, armazéns com as mercadorias à mostra e becos cobertos de escombros são algumas das cenas que Joseph observou antes de chegar àquela que foi sua casa, agora sem telhado nem janelas.
Sua primeira preocupação é recuperar a documentação de sua família: "Apesar do governo ter decretado a gratuidade, ainda é muito difícil conseguir os documentos quando se perdem".
Por essa razão, embora ainda esteja proibida a entrada na área por razões de segurança, milhares de pessoas decidiram voltar a suas casas antes de se dirigirem a locais mais seguros.
"Como podemos confiar quando nos diziam que não era nada grave, que não havia mortos, mas éramos nós que estávamos levando os corpos ao necrotério?", questiona Rosalie, vendedora de um mercado localizado perto do armazém de armamento de Mpila.
"Eu vou recuperar todos meus pertences", garante a mulher. Entre eles há pequenas economias, guardadas em casa - em consequência da quase inexistente cultura bancária dos congoleses -, a televisão de plasma - quando se tem um certo status social -, assim como os brinquedos das crianças e os colchões.
Para Christian, um jovem consultor pós-graduado em gestão, basta recuperar seu laptop, já que não precisa voltar à sua antiga casa: "Todo meu trabalho está neste equipamento, que é, a curto prazo, a minha vida".
O jovem reprova o governo: "Conseguiram encontrar dinheiro para ajudar os chineses após o terremoto (de 2008 na região de Sichuan) e os japoneses após o tsunami (do ano passado), mas pedem ajuda aos franceses e aos marroquinos para cuidar dos feridos de seu próprio país", critica.
O governo congolês espera agora a chegada de uma equipe de médicos marroquinos, que instalarão um hospital de campanha, e outra de médicos franceses, com remédios básicos, além de contarem com a solidariedade do governo americano e a assistência de diversas organizações humanitárias.
Brazzaville, 6 mar (EFE).- Desolados, os sobreviventes da recente explosão de um arsenal militar de Brazzaville criticam a falta de reação do governo do Congo, ao qual pedem satisfações pela precária gestão de um desastre que, segundo números oficiais, causou 146 mortes.
A tragédia, que ocorreu no domingo passado quando um depósito de armas e munição do bairro de Mpila pegou fogo, causou, além disso, grandes danos nos prédios vizinhos, cujos custos não podem ser arcados por seus moradores.
"Vivi a guerra de 1997 aqui em Mpila, mas nunca vi um espetáculo de devastação como esse", relatava nesta terça-feira à Agência Efe Joseph, um professor aposentado de cerca de 60 anos, durante uma visita à devastada área na qual vivia.
Moradores indignados, escolas e centros de saúde destroçados, armazéns com as mercadorias à mostra e becos cobertos de escombros são algumas das cenas que Joseph observou antes de chegar àquela que foi sua casa, agora sem telhado nem janelas.
Sua primeira preocupação é recuperar a documentação de sua família: "Apesar do governo ter decretado a gratuidade, ainda é muito difícil conseguir os documentos quando se perdem".
Por essa razão, embora ainda esteja proibida a entrada na área por razões de segurança, milhares de pessoas decidiram voltar a suas casas antes de se dirigirem a locais mais seguros.
"Como podemos confiar quando nos diziam que não era nada grave, que não havia mortos, mas éramos nós que estávamos levando os corpos ao necrotério?", questiona Rosalie, vendedora de um mercado localizado perto do armazém de armamento de Mpila.
"Eu vou recuperar todos meus pertences", garante a mulher. Entre eles há pequenas economias, guardadas em casa - em consequência da quase inexistente cultura bancária dos congoleses -, a televisão de plasma - quando se tem um certo status social -, assim como os brinquedos das crianças e os colchões.
Para Christian, um jovem consultor pós-graduado em gestão, basta recuperar seu laptop, já que não precisa voltar à sua antiga casa: "Todo meu trabalho está neste equipamento, que é, a curto prazo, a minha vida".
O jovem reprova o governo: "Conseguiram encontrar dinheiro para ajudar os chineses após o terremoto (de 2008 na região de Sichuan) e os japoneses após o tsunami (do ano passado), mas pedem ajuda aos franceses e aos marroquinos para cuidar dos feridos de seu próprio país", critica.
O governo congolês espera agora a chegada de uma equipe de médicos marroquinos, que instalarão um hospital de campanha, e outra de médicos franceses, com remédios básicos, além de contarem com a solidariedade do governo americano e a assistência de diversas organizações humanitárias.
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