Insegurança pauta tom de discursos dos candidatos no Egito
Imane Rachidi.
Cairo, 24 mai (EFE).- A segurança, como tema central e principal preocupação dos cidadãos egípcios, ocupou ao longo da campanha eleitoral os discursos dos dois únicos candidatos à presidência do Egito.
Para o ex-ministro de Defesa Abdul Fatah al Sisi, a chave de suas mensagens foi a segurança, uma questão também abordada por seu rival, o esquerdista Hamdin Sabahi, embora também tenham sido mencionados outros problemas em temas como emprego, justiça, saúde e educação.
A instabilidade política no Egito, aguçada desde a derrubada de Mohammed Mursi em julho do ano passado, veio acompanhada pelos crescentes ataques terroristas contra policiais e membros das Forças Armadas, que deixaram dezenas de mortos e feridos em diversos pontos do país.
Precisamente por motivos de segurança, Sisi não apareceu em nenhum ato público ou se dirigiu ao povo egípcio desde que anunciou sua candidatura em discurso transmitido pela televisão em março. Mesmo assim, escritórios e sedes de campanha do ex-ministro de Defesa receberam ataques espontâneos.
No último dia 15, uma bomba de fabricação caseira explodiu durante um comício em apoio a Sisi e que era realizado no leste do Cairo, deixando quatro feridos, entre eles um oficial e um suboficial da polícia.
No entanto, "o marechal" - seu cargo quando deixou as Forças Armadas e como seus partidários ainda se referem a ele - já tem popularmente o rótulo de homem forte que luta contra o terror, diante da frequência de ataques nos últimos dez meses.
Sisi destacou que suas prioridades, se eleito presidente no pleito de 26 e 27 de maio, algo dado praticamente como certo, serão "a segurança e a estabilidade, e o desenvolvimento".
Ansar Beit al Maqdis, um grupo jihadista inspirado na Al Qaeda, reivindicou durante os últimos meses a autoria de diferentes ataques no Sinai e no resto do país contra as forças de segurança, mas também contra civis, como ocorreu em um atentado contra um ônibus de turistas coreanos em fevereiro.
Para Sisi, se não houvesse civis na península, as Forças Armadas teriam acabado com o terrorismo "em questão de horas".
Segundo as autoridades egípcias, foram destruídos pelo atual governo interino 1.200 do total de 1.300 túneis entre o Sinai e a Faixa palestina de Gaza, por onde supostamente os terroristas se infiltram.
Em recente entrevista à Agência Efe, o candidato esquerdista Sabahi insistiu que "o papel do exército é a proteção da segurança, sem ingerir em política", mas afirmou que as medidas policiais não são suficientes para acabar com o terrorismo.
De acordo com o Ministério do Interior, dentro da proclamada "guerra contra o terrorismo" que o país vive, pelo menos 252 policiais, 187 militares e 57 civis tinham morrido no final de março, um total de 496 vítimas.
Já o número de mortos pela repressão contra os islamitas e nos confrontos de rua entre forças de segurança e manifestantes ainda é desconhecido, embora a base de dados revolucionária Wiki Thawra elevasse seu número há três meses a 3.248.
A preocupação pela situação da segurança no Egito passou para além das fronteiras nacionais.
A comunidade internacional se mostrou alerta sobre a recente condenação à morte, no dia 28 de abril, de 720 supostos seguidores da Irmandade Muçulmana - incluído o líder desse movimento, Mohammed Badia - por cometer atos violentos, em dois casos separados em Minia, no sul do país.
Sentenças a prisão e prisão perpétua de islamitas egípcios se sucederam nos últimos meses. Eles são acusados de participar de atos violentos, assassinatos ou apoiar o terrorismo.
A instabilidade e a insegurança no país também afetou gravemente o turismo, responsável por 11,3% do PIB egípcio, que se viu reduzido após a queda de Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro de 2011, mas o declínio se acentuou ainda mais após a cassação de Mursi.
O número de turistas que visitaram o Egito em março caiu um terço em relação ao mesmo mês do ano anterior.
O governo egípcio, no entanto, tentou lançar mensagens no exterior de que o país é estável e oferece segurança como um modo de tentar recuperar turistas, mas os dados indicam que suas palavras não tizeram efeito, e os turistas esperam a volta da estabilidade para viajar ao Egito.
Cairo, 24 mai (EFE).- A segurança, como tema central e principal preocupação dos cidadãos egípcios, ocupou ao longo da campanha eleitoral os discursos dos dois únicos candidatos à presidência do Egito.
Para o ex-ministro de Defesa Abdul Fatah al Sisi, a chave de suas mensagens foi a segurança, uma questão também abordada por seu rival, o esquerdista Hamdin Sabahi, embora também tenham sido mencionados outros problemas em temas como emprego, justiça, saúde e educação.
A instabilidade política no Egito, aguçada desde a derrubada de Mohammed Mursi em julho do ano passado, veio acompanhada pelos crescentes ataques terroristas contra policiais e membros das Forças Armadas, que deixaram dezenas de mortos e feridos em diversos pontos do país.
Precisamente por motivos de segurança, Sisi não apareceu em nenhum ato público ou se dirigiu ao povo egípcio desde que anunciou sua candidatura em discurso transmitido pela televisão em março. Mesmo assim, escritórios e sedes de campanha do ex-ministro de Defesa receberam ataques espontâneos.
No último dia 15, uma bomba de fabricação caseira explodiu durante um comício em apoio a Sisi e que era realizado no leste do Cairo, deixando quatro feridos, entre eles um oficial e um suboficial da polícia.
No entanto, "o marechal" - seu cargo quando deixou as Forças Armadas e como seus partidários ainda se referem a ele - já tem popularmente o rótulo de homem forte que luta contra o terror, diante da frequência de ataques nos últimos dez meses.
Sisi destacou que suas prioridades, se eleito presidente no pleito de 26 e 27 de maio, algo dado praticamente como certo, serão "a segurança e a estabilidade, e o desenvolvimento".
Ansar Beit al Maqdis, um grupo jihadista inspirado na Al Qaeda, reivindicou durante os últimos meses a autoria de diferentes ataques no Sinai e no resto do país contra as forças de segurança, mas também contra civis, como ocorreu em um atentado contra um ônibus de turistas coreanos em fevereiro.
Para Sisi, se não houvesse civis na península, as Forças Armadas teriam acabado com o terrorismo "em questão de horas".
Segundo as autoridades egípcias, foram destruídos pelo atual governo interino 1.200 do total de 1.300 túneis entre o Sinai e a Faixa palestina de Gaza, por onde supostamente os terroristas se infiltram.
Em recente entrevista à Agência Efe, o candidato esquerdista Sabahi insistiu que "o papel do exército é a proteção da segurança, sem ingerir em política", mas afirmou que as medidas policiais não são suficientes para acabar com o terrorismo.
De acordo com o Ministério do Interior, dentro da proclamada "guerra contra o terrorismo" que o país vive, pelo menos 252 policiais, 187 militares e 57 civis tinham morrido no final de março, um total de 496 vítimas.
Já o número de mortos pela repressão contra os islamitas e nos confrontos de rua entre forças de segurança e manifestantes ainda é desconhecido, embora a base de dados revolucionária Wiki Thawra elevasse seu número há três meses a 3.248.
A preocupação pela situação da segurança no Egito passou para além das fronteiras nacionais.
A comunidade internacional se mostrou alerta sobre a recente condenação à morte, no dia 28 de abril, de 720 supostos seguidores da Irmandade Muçulmana - incluído o líder desse movimento, Mohammed Badia - por cometer atos violentos, em dois casos separados em Minia, no sul do país.
Sentenças a prisão e prisão perpétua de islamitas egípcios se sucederam nos últimos meses. Eles são acusados de participar de atos violentos, assassinatos ou apoiar o terrorismo.
A instabilidade e a insegurança no país também afetou gravemente o turismo, responsável por 11,3% do PIB egípcio, que se viu reduzido após a queda de Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro de 2011, mas o declínio se acentuou ainda mais após a cassação de Mursi.
O número de turistas que visitaram o Egito em março caiu um terço em relação ao mesmo mês do ano anterior.
O governo egípcio, no entanto, tentou lançar mensagens no exterior de que o país é estável e oferece segurança como um modo de tentar recuperar turistas, mas os dados indicam que suas palavras não tizeram efeito, e os turistas esperam a volta da estabilidade para viajar ao Egito.
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