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RSF se diz "horrorizada" com decapitação de repórter americano na Síria

20/08/2014 09h18

Paris, 20 ago (EFE).- A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) se mostrou "horrorizada" nesta quarta-feira pela decapitação do repórter americano James Foley pelo Estado Islâmico (EI) na Síria, acusando os jihadistas de "levar ao extremo sua indústria sanguinária de reféns".

Em comunicado, a RSF lembrou que as autoridades dos Estados Unidos estão verificando a autenticidade do vídeo em que o jornalista é decapitado.

A organização assinalou que se trata do primeiro jornalista estrangeiro assassinado pelo EI, que, por outro lado, já matou inúmeros jornalistas sírios.

O secretário-geral da RSF, Christophe Deloire, indicou que Foley "não trabalhava para o governo americano", mas que se tratava "de um repórter experiente movido somente pelo interesse da informação e não de sua nacionalidade".

"Expressamos nossas sinceras condolências a sua família, sua mãe, seu pai, que conhecemos, e aos seus amigos", afirmou Deloire, que lembrou que Foley trabalhou com a RSF para apoiar à família de um fotógrafo assassinado na Líbia.

A organização defensora da liberdade de imprensa indicou que Foley, de 40 anos, era um repórter experiente e que havia sido sequestrado em novembro de 2012 no norte da Síria, próximo à cidade de Taftanaz.

Anteriormente, em 2011, Foley cobriu o conflito da Líbia e o levante popular contra o regime de Bashar al Assad na Síria. O jornalista colaborava com o site americano "GlobalPost" e com a agência "France Presee", entre outros veículos.

Além da morte de Foley, a RSF abordou o fato de outros três jornalistas estrangeiros seguirem sequestrados na Síria, enquanto outros quatro se encontram desaparecidos.

Entre os sequestrados está o também americano Steven Sotloff, que apareceu no vídeo da decapitação de Foley e que, segundo o EI, será assassinado caso o governo americano continuar com seus ataques no norte Iraque.

A organização também indicou que cerca de 20 repórteres sírios estão em poder de grupos armados, além dos 30 profissionais da informação que permanecem detidos pelas autoridades de Damasco mesmo após o anúncio de anistia emitido em junho por Bashar al Assad.

Desde o início do conflito sírio, em março de 2011, 39 jornalistas foram assassinados no país por exercer suas funções, 12 deles estrangeiros.