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Catherine Deneuve comemora os 40 anos da legalização do aborto na França

Em Paris

26/11/2014 12h36Atualizada em 26/11/2014 13h09

A atriz francesa Catherine Deneuve comemorou nesta quarta-feira os 40 anos da polêmica legalização do aborto na França e lembrou seu apoio ao Manifesto das 343, escrito pela feminista Simone de Beauvoir, assinado por mulheres declaravam ter abortado, apesar dos problemas legais que poderiam enfrentar.

"O manifesto era um ato político, não uma confissão. Não considero que fiz um gesto heroico assinando. Foi a loucura que tomou conta dos homens que deu essa dimensão", lembrou Deneuve em uma coluna assinada na versão francesa do "Huffington Post".

A atriz, que acredita que a descriminalização da interrupção voluntária da gravidez na França ajudou a melhorar a igualdade com os homens, traçou como novo desafio social a conciliação do trabalho com a vida familiar.

A protagonista de "Indochina" e "O último metrô", de 71 anos, também enalteceu Simone Veil, ex-ministra francesa da Saúde que lutou pela descriminalização da interrupção voluntária da gravidez. Deneuve comparou Veil a Robert Badinter, que aboliu a pena de morte na França quando foi ministro da Justiça.

Catherine Deneuve foi a celebridade de maior destaque entre as que recordaram a aprovação da histórica lei na França. O dia teve atos comemorativos e contou com declarações de apoio da ex-ministra de Igualdade de Gênero e que hoje ocupa a pasta de Educação, Najat Vallaud-Belkacem.

"Se é difícil para as gerações mais jovens imaginar a angústia que as mulheres sentiam antes do reconhecimento legal do aborto, se equivocariam pensando que esse direito está protegido", escreveu a ministra.

Deneuve, no entanto, considera impossível que a legislação francesa possa alterar o texto aprovado há quatro décadas.

"Enquanto outros países discutem o direito ao aborto, o que é muito grave, nós fizemos isso há 40 anos. Estou convencida que na França nada nos fará dar um passo atrás sobre essa conquista, as mulheres nunca deixarão que isso ocorra. É como se restabelecessem a pena de morte, impensável", declarou a atriz.