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Ucrânia e separatistas trocam prisioneiros após cancelar negociações de paz

26/12/2014 15h43

Moscou, 26 dez (EFE).- As autoridades da Ucrânia e os separatistas pró-Rússia efetuaram nesta sexta-feira uma troca de prisioneiros de guerra, apesar de horas antes terem cancelado a terceira rodada de negociações de paz em Minsk.

Segundo informou a agência russa "Interfax", Kiev trocou 150 soldados governamentais por 222 milicianos separatistas da autoproclamada república popular de Donetsk em território neutro.

A troca foi conduzida pelo emissário de Kiev, Victor Medvedchuk, e o ministro da Defesa da autoproclamada república popular de Donetsk, Vladimir Kononov, assim como por representantes da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE).

A troca de prisioneiros - sob a fórmula 225x150 - foi o único acordo alcançado na reunião realizada por Kiev e os separatistas na quarta-feira em Minsk, palco da assinatura dos acordos de paz em setembro.

As autoridades separatistas informaram que aqueles prisioneiros de guerra ucranianos que prefiram ficar e viver em zona rebelde receberão moradia e um posto de trabalho.

Por sua vez, um dos representantes da vizinha autoproclamada república popular de Lugansk, Daria Morózovz, antecipou à agência oficial russa "TASS" que uma troca similar de prisioneiros entre esse ente separatista pró-Rússia e o governo de Kiev vai acontecer no sábado.

Ambos lados decidiram cancelar hoje a reunião prevista para esta tarde na capital bielorrussa entre acusações mútuas de violação da trégua declarada no dia 9 de dezembro.

"Kiev violou a trégua e reatou o emprego de artilharia pesada contra as localidades da república popular de Donetsk. Seguramente, entramos em uma nova escalada do conflito", disse à "Interfax" um membro da delegação separatista.

Os insurgentes exigem às autoridades ucranianas o fim do bloqueio econômico das áreas rebeldes e a entrada em vigor de um status especial para esses territórios estipulado em rodadas negociadoras anteriores.

Por sua vez, para Kiev a principal questão é o cumprimento dos acordos de paz assinados em setembro, incluindo a supervisão internacional do cessar-fogo e o controle dos trechos da fronteira russo-ucraniana em poder dos pró-Rússia.

Embora as hostilidades tenham perdido intensidade durante as últimas duas semanas, nem as forças governamentais nem as forças separatistas retiraram seu armamento pesado da zona de segurança de 30 quilômetros.