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Kremlin classifica assassinato de Nemtsov de "monstruoso"

28/02/2015 11h26

Moscou, 28 fev (EFE).- O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, qualificou neste sábado de "monstruoso" o assassinato do líder opositor liberal Boris Nemtsov e ressaltou a importância de identificar o mais rápido possível seus autores materiais e organizadores.

"Foi um assassinato monstruoso e, como disse o presidente (Vladimir Putin), tem todos os indícios de ter sido perpetrado por encomenda", disse Peskov em declarações ao canal de televisão "Dozhd".

Ao mesmo tempo, Peskov assegurou que esta circunstância "não pode ser vista como o começo de uma série deste tipo de assassinatos (por encomenda)".

O porta-voz recalcou que ditas apreciações "estão ditadas pelas emoções e não correspondem com a realidade".

"Sem dúvida, é muito importante identificar o mais rápido possível os autores materiais e os organizadores deste crime", assinalou Peskov.

O porta-voz lembrou que, logo após ser informado sobre o assassinato do líder opositor, o presidente russo ordenou ao Ministério do Interior, ao Serviço Federal de Segurança e ao Comitê de Instrução a criação de um grupo especial de investigação.

"Resta dizer que este caso é de importância prioritária para nossos investigadores. Para que este trabalho dê resultado o mais rápido possível é preciso ter paciência, e esperar, e não criar obstáculos", disse Peskov.

Por sua vez, o porta-voz do Comitê de Instrução, Vladimir Markin, indicou que os investigadores manejam várias hipótese sobre os possíveis motivos do assassinato, inclusive que tenha se tratado de um ataque islamita.

"A investigação dispõe de informação acerca de que Nemstov recebeu ameaças por sua postura frente ao massacre dos jornalistas da revista 'Charlie Hebdo'", disse.

Markin acrescentou que os investigadores não descartam que o assassinato do líder opositor seja uma tentativa de desestabilizar a situação na Rússia.

Markin indicou que também não é desprezada a possibilidade de que o crime este relacionado com a situação interna na Ucrânia, "já que nas partes em conflito há personagens muito radicais que não obedecem a nenhuma autoridade".

Nemtsov era um dos maiores críticos à ingerência da Rússia nos assuntos internos da Ucrânia e tinha denunciado que milhares de soldados russos combatiam nas fileiras dos separatistas pró-Rússia. EFE

bsi/ff