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Justiça da Venezuela condena dois manifestantes a 8 anos de prisão

Em Caracas

05/03/2015 13h29

Dois dos manifestantes presos há um ano durante protestos antigovernamentais na Venezuela, entre eles um filho do general Isaias Baduel, que foi ministro da Defesa de Hugo Chávez e depois opositor, foram condenados a oito anos de prisão por ter "instigado a desobediência das leis", informou nesta quinta-feira (5) o Ministério Público o país.

"Foram condenados a oito anos de prisão Raúl Emilio Baduel (34) e Alexander Tirado (32), por ter instigado a desobediência das leis durante uma manifestação realizada em 21 de março de 2014", informou o Ministério Público por meio de um comunicado.

Os dois, julgados e punidos por delitos de "instigação pública, intimidação pública com artefatos incendiários e formação de quadrilha)", permanecerão reclusos no Internato Judicial de Carabobo, conhecido como Tucuyito.

Baduel é filho do ex-ministro da defesa Isaias Baduel, que fez parte do gabinete do Executivo do falecido Hugo Chávez (1999-2013), e que depois de abandonar o cargo, em 2007, tornou-se crítico ao chavismo.

O general Baduel está detido desde 2009 na prisão militar de Ramo Verde, nos arredores de Caracas, cumprindo uma condenação de quase oito anos imposta por uma corte marcial por "subtração de fundos públicos" das Forças Armadas.

De acordo com as investigações da promotoria, Baduel e Tirado foram presos quando "lideravam" uma manifestação na cidade de Maracay, capital do estado de Aragua, "que se tornou violenta".

A manifestação fazia parte da onda de protestos antigovernamentais que se iniciaram a partir de 12 de fevereiro de 2014 com uma marcha que contou com figuras da oposição como Leopoldo López, e que neste dia terminou com três mortos.

Os eventos daquele dia marcaram o começo de uma série de protestos e levantamento de barricadas nas ruas contra o Executivo, que se estenderam por cerca de quatro meses e que deixaram 43 mortos e centenas de feridos e detidos.

Desde então, segundo o Ministério Público da Venezuela, ainda permanecem em prisão mais de 40 pessoas relacionadas com as manifestações, entre eles Baduel e Tirado.