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Indígenas do Equador bloqueiam estradas antes de greve geral no país

13/08/2015 11h42

El Chasqui (Equador), 13 ago (EFE).- Grupos de indígenas do Equador fecharam esta madrugada várias estradas do país, antes de uma greve nacional convocada pelas centrais sindicais contra o governo do presidente Rafael Correa, a quem exigem retificar uma série de políticas.

Troncos em chamas, arame farpado, pedras e outros materiais serviram para que os indígenas fechassem vias na serra andina e na região amazônica, onde se assenta a maioria de suas comunidades.

Segundo informações nas redes sociais, a estrada Pan-Americana, que liga o sul com o norte do país, foi fechada em vários trechos nas províncias de Pichincha, Cotopaxi, Tungurahua, Bolívar e Azuai, assim como na amazônica de Morona Santiago e Zamora Chinchipe.

O protesto indígena também responde à convocação de um "levante" ou paralisação convocada pela Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), que também exige retificações por parte do governo e que, coligada com os sindicatos opositores, advertiu de uma mobilização indefinida se não receber respostas concretas do Executivo a suas exigências.

Passada a meia-noite desta quarta-feira, grupos de indígenas foram a estrada em um setor da cidade de Machachi para fechar a via, que também sofreu outro fechamento na região de Chasqui, perto do vulcão nevado Cotopaxi, uma região de locais ermos e baixas temperaturas.

Essa ação provocou engarrafamentos em toda a via e muitos motoristas tiveram que dar marcha à ré e voltar aos locais de origem, enquanto outros, sobretudo os que dirigem caminhões de carga, estacionaram no acostamento, à espera de que os manifestantes ou a Polícia retirem os bloqueios.

Em Chasqui, um dirigente indígena, Jaime Chiliquinga, disse à Agência Efe que o protesto se manterá firme "até que o governo de Correa atenda" as exigências apresentadas pela Conaie.

Também cobrou a falta de obras de infraestruturas em sua comunidade de Poaló.

Nesta região, disse Chiliquinga, há muita "gente pobre", o que, segundo ele, demonstra que o governo de Correa não governou a favor das classes populares, apesar do governante assegurar o contrário.

Os indígenas transformaram em uma festa o protesto, com músicos das próprias comunidades que interpretaram canções alegres que fizeram vários manifestantes dançar.