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EUA: Flórida executa réu por assassinato da filha e mais três pessoas

Em Miami

29/10/2015 23h17

O Estado da Flórida (EUA) executou nesta quinta-feira (29) o réu Jerry Correll, condenado pelo assassinato a facadas da filha de 5 anos de idade e de outros três parentes em 1985, e cuja morte acaba com nove meses de suspensão temporária da pena capital no Estado.

O presidiário, 59, foi declarado morto às 19h36 locais (21h36 em Brasília) após receber uma injeção letal na prisão estadual Starke, localizada em Raiford, no norte da Flórida, conforme informou o Departamento de Correcionais da Flórida.

A última refeição escolhida por Correll foi um hambúrguer com batatas fritas e um refrigerante. Ao longo do dia, o condenado conversou por telefone com a filha e se encontrou com um guia espiritual.

Pouco antes da morte, a Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou, sem emitir comentários, adiar a execução do réu.

Autoridades eclesiásticas e ativistas contra a pena de morte protestaram dias atrás contra o governador do Estado, Rick Scott, que com Correll completou 22 execuções em menos de cinco anos de governo.

Com esta execução, Scott se torna o governador da Flórida com o maior número de execuções, ao superar Jeb Bush (1999-2007), atual pré-candidato republicano à presidência, que registrou 21 execuções em oito anos de mandato.

Desde 1979, quando foi restabelecida a pena capital no Estado, foram executados 91 condenados na Flórida, contabilizando a morte de Correll.

A Conferência de Bispos Católicos da Flórida havia insistido ao governador Scott nesta semana para que atendesse "o pedido do papa Francisco de pôr fim à pena de morte" e cancelar a execução de Correll.

Correll foi sentenciado em 1986 pelo assassinato da ex-esposa, da filha de 5 anos, da ex-sogra e da ex-cunhada na cidade de Orlando, no centro da Flórida.

A execução de Correll, inicialmente prevista para fevereiro, ficou oito meses suspensa à espera de uma decisão da Suprema Corte sobre a legalidade do sedativo midazolam, uma das substâncias que fazem parte do composto químico da injeção letal e que no ano passado foi acusada de causar sofrimentos em três execuções.

O caso que gerou mais comoção foi o de Clayton Lockett, em Oklahoma, um condenado que agonizou durante 43 minutos após receber a injeção.

O processo teve como origem quatro presos de Oklahoma que argumentaram que o midazolam viola a Oitava Emenda da Constituição, que protege os cidadãos de "punições incomuns ou cruéis".

Em junho, os cinco magistrados da Suprema Corte se uniram para aprovar a legalidade do uso do polêmico sedativo. Após isso, a Flórida se tornou um dos primeiros Estados a restabelecer a pena de morte.

Desde que a Suprema Corte restabeleceu a pena de morte, em 1976, o país executou 1.419 pessoas, segundo o Centro de Informação sobre a Pena de Morte.