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Protestos marcam 72º aniversário da independência do Líbano

22/11/2015 17h03

Beirute, 22 nov (EFE).- Várias manifestações marcaram neste domingo o 72º aniversário da independência do Líbano da França com diversas reivindicações sociais e políticas, com destaque para o pedido de urgência na eleição de um presidente, cargo vago desde 25 de maio de 2014.

De acordo com imagens das televisões libanesas, diversos coletivos civis, entre eles o "Empestais", se concentraram na Praça dos Mártires em uma aglomeração que começou com um minuto de silêncio em homenagem às vítimas do atentado suicida de 12 de novembro em Beirute, que deixou 43 mortos e 239 feridos.

Um porta-voz do movimento afirmou que seu grupo se opõe ao terrorismo resultante do sectarismo e que é consciente que entre todas as comunidades religiosas há fome, desemprego e pobreza. Além disso, pediu a escolha de um presidente e uma nova lei eleitoral para realizar eleições parlamentares.

O manifestante se perguntou que independência os libaneses têm quando seus "responsáveis violam a Constituição e são incapazes de resolver a crise do lixo".

A crise dos resíduos começou após o fechamento do despejo de Naame, em 17 de julho, e o fim do contrato com a sociedade Sukleen, encarregada de recolher o lixo, provocou uma série de protestos que derivaram em enfrentamentos com as forças de segurança.

Voluntários de ONGs, juízes e religiosos cristãos e muçulmanos se reuniram nos arredores do Palácio Presidencial de Baabda, onde exigiram a eleição de um novo líder que substitua Michel Suleiman, segundo mostraram as televisões libanesas.

Militantes do partido Kataeb se concentraram no bairro Saifi, perto do centro de Beirute, e também pediram a eleição de um novo presidente.

A poucos metros, na praça Riad el Solh, Hussein Youssef, porta-voz dos parentes dos 25 militares capturados desde agosto de 2014 por jihadistas do grupo Estado Islâmico e da Frente al Nusra, ressaltou que não haverá independência enquanto não os sequestrados não forem resgatados e não houver um presidente no país.

A crise do lixo no Líbano foi a gota d'água para encerrar a paciência de uma sociedade farta de um sistema político ancorado no passado, manchado de corrupção, dividido pelos conflitos religiosos e comunitários e também afetado pela guerra síria.