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Israel mantém silêncio sobre morte de alto comandante do Hezbollah

13/05/2016 07h45

Jerusalém, 13 mai (EFE).- Governantes e altos comandantes israelenses mantiveram nesta sexta-feira absoluto silêncio sobre a morte do líder militar do grupo xiita libanês Hezbollah, Mustafa Badreddine, embora alguns analistas locais tenham sugerido que, neste caso, Israel poderia não estar por trás do ataque.

Em sua habitual política de ambiguidade, principalmente no que se refere ao conflito na Síria, nem o governo israelense nem o exército fizeram comentários sobre a morte de Badreddine, atribuída por alguns meios de comunicação libaneses e sírios à Israel.

Nos últimos anos, Israel admitiu ter atacado um número desconhecido de alvos do Hezbollah na Síria, alegando que eram comboios de armas avançadas que iam para o Líbano ou comandantes que atuavam nas Colinas de Golã, o quê, em ambos casos, argumentou, seriam uma ameaça à sua segurança.

No entanto, alguns analistas locais deixaram entrever que neste caso, da morte de Badreddine, Israel parece não estar envolvido.

"(A morte de Badreddine) é boa para o Estado Israel, (mas) o Estado de Israel não é sempre responsável (por estas coisas)", afirmou o ex-chefe da Agência de Segurança Nacional, Jacob Amidror, em entrevista à rádio pública.

Amidror acrescentou que "aqueles que hoje atuam na Síria (em referência ao Hezbollah e ao Irã, aliados do presidente Bashar al Assad) já têm suficientes inimigos dentro da Síria", e por isso considerou um erro sempre atribuir estes casos ao seu país.

Também o veterano comentarista militar israelense Ron Ben Yishai, afirmou que, "neste caso não parece ser obra de Israel, porque Badreddine era uma ameaça maior para aqueles que se opõem ao Hezbollah" na Síria, "apesar de haver uma longa série de assuntos em que Badreddine causou prejuízo aos interesses israelenses", explicou em artigo intitulado: "Desta vez não foi Israel".

Em seu comunicado, o Hezbollah informou que o alto comando morreu em uma "forte explosão contra uma de suas sedes perto do aeroporto internacional de Damasco", um ataque que também deixou vários feridos.

A milícia destacou que abriu uma investigação para identificar os responsáveis.

Considerado herdeiro de Imad Mughniyah, anterior chefe militar da milícia libanesa - assassinado em Damasco em 2008 em outro ataque também atribuído a Israel, Badreddine participou da maior parte das "operações da resistência islâmica desde 1982", segundo a nota do grupo xiita.

Além disso, era considerado um dos autores intelectuais e executores do assassinato do ex-primeiro-ministro libanês, Rafik Hariri, morto em 14 de fevereiro de 2005 por um carro-bomba em Beirute, e Israel atribuía a ele a responsabilidade pelos atentados contra sua embaixada em Buenos Aires em 1992, e contra a associação judaica Amia, em 1994, também na Argentina.