Famílias de vítimas pedem que Alemanha fecha enclave nazista criado no Chile
Santiago do Chile, 13 jul (EFE).- As famílias de presos executados e desaparecidos na Colônia Dignidade durante a ditadura de Augusto Pinochet no Chile pediram apoio nesta quarta-feira ao governo da Alemanha para que esse lugar, rebatizado como Villa Baviera, feche as portas ao turismo e se transforme em um centro de memória histórica.
Myrna Troncoso, dirigente de uma grupo de familiares de detidos, desaparecidos e executados da região do Maule, onde se encontram as instalações de Villa Baviera, se reuniu com David Gill, chefe de gabinete do presidente da Alemanha, Joachim Gauck, que ontem concluiu uma visita de Estado ao Chile.
Troncoso e outros familiares de vítimas afirmaram que há dois meses solicitaram uma audiência com Gauck, mas não receberam nenhuma resposta.
Para esta quarta-feira o grupo tinha preparado um protesto em frente ao Museu da Memória e os Direitos Humanos de Santiago, que Gauck visitou acompanhado da presidente chilena, Michelle Bachelet, mas finalmente concretizou-se o encontro com Gill.
Troncoso entregou ao funcionário alemão uma carta dirigida a Gauck na qual solicita a cessação imediata de atividades comerciais e turísticas em Villa Baviera, situada 400 quilômetros ao sul de Santiago.
"Hoje na ex-Colônia Dignidade (...) faz-se turismo comercial, com restaurante, hotel e festas de alto consumo de álcool, sem nenhum respeito pelo passado e pela memória dos que aí desapareceram", afirma a carta.
Entre 1961 e 2005, a Colônia Dignidade foi o centro de operações de uma seita liderada pelo nazista Paul Schäfer que submeteu 300 pessoas a trabalhos forçados, castigos e manipulação mental, além de cometer abusos sexuais contra menores.
Após o golpe de Estado que em 1973 derrubou Salvador Allende, Schäfer ofereceu as instalações à polícia secreta do regime de Augusto Pinochet e a Colônia Dignidade acabou se tornando uma peça-chave do aparelho repressor da ditadura.
Embora não se tenha números exatos, a estimativa é que metade dos 350 opositores à ditadura que foram levados a esse lugar nunca saíram com vida.
Uma centena de colonos seguem vivendo em Villa Baviera. Os atuais moradores converteram um edifício em restaurante e hotel, e são realizadas festas folclóricas alemãs para atrair turistas.
As famílias dos presos políticos assassinados em Colônia Dignidade também solicitaram ao presidente alemão que seu governo ponha fim a qualquer ajuda econômica à sociedade que administra o local.
Além disso pedem que a propriedade do terreno onde se encontra Villa Baviera seja repassada a uma entidade sem fins lucrativos dos familiares de detidos desaparecidos e executados políticos para que seja transformada em um centro de memória histórica.
Myrna Troncoso, dirigente de uma grupo de familiares de detidos, desaparecidos e executados da região do Maule, onde se encontram as instalações de Villa Baviera, se reuniu com David Gill, chefe de gabinete do presidente da Alemanha, Joachim Gauck, que ontem concluiu uma visita de Estado ao Chile.
Troncoso e outros familiares de vítimas afirmaram que há dois meses solicitaram uma audiência com Gauck, mas não receberam nenhuma resposta.
Para esta quarta-feira o grupo tinha preparado um protesto em frente ao Museu da Memória e os Direitos Humanos de Santiago, que Gauck visitou acompanhado da presidente chilena, Michelle Bachelet, mas finalmente concretizou-se o encontro com Gill.
Troncoso entregou ao funcionário alemão uma carta dirigida a Gauck na qual solicita a cessação imediata de atividades comerciais e turísticas em Villa Baviera, situada 400 quilômetros ao sul de Santiago.
"Hoje na ex-Colônia Dignidade (...) faz-se turismo comercial, com restaurante, hotel e festas de alto consumo de álcool, sem nenhum respeito pelo passado e pela memória dos que aí desapareceram", afirma a carta.
Entre 1961 e 2005, a Colônia Dignidade foi o centro de operações de uma seita liderada pelo nazista Paul Schäfer que submeteu 300 pessoas a trabalhos forçados, castigos e manipulação mental, além de cometer abusos sexuais contra menores.
Após o golpe de Estado que em 1973 derrubou Salvador Allende, Schäfer ofereceu as instalações à polícia secreta do regime de Augusto Pinochet e a Colônia Dignidade acabou se tornando uma peça-chave do aparelho repressor da ditadura.
Embora não se tenha números exatos, a estimativa é que metade dos 350 opositores à ditadura que foram levados a esse lugar nunca saíram com vida.
Uma centena de colonos seguem vivendo em Villa Baviera. Os atuais moradores converteram um edifício em restaurante e hotel, e são realizadas festas folclóricas alemãs para atrair turistas.
As famílias dos presos políticos assassinados em Colônia Dignidade também solicitaram ao presidente alemão que seu governo ponha fim a qualquer ajuda econômica à sociedade que administra o local.
Além disso pedem que a propriedade do terreno onde se encontra Villa Baviera seja repassada a uma entidade sem fins lucrativos dos familiares de detidos desaparecidos e executados políticos para que seja transformada em um centro de memória histórica.
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