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Mulher de autor do atentado em Nice era agredida fisicamente por ele

Em Paris

17/07/2016 12h50

A mulher do autor do atentado de Nice, que foi posta em liberdade neste domingo (17) sem acusações após ter sido interrogada por dois dias, disse que desconhecia com quem Mohammed Bouhlel se relacionava, já que tinha denunciado o mesmo e expulsado ele de casa porque lhe agredia "física e moralmente".

Seu advogado, Jean-Yves Garino, ressaltou hoje em declarações ao canal "BFM TV" que "as violências existiram realmente porque foram denunciadas", "eram regulares", foram sofridas também pela mãe da esposa (o casal estava se divorciando) e deram lugar à intervenção de assistentes sociais.

"Ela o expulsou de casa e fez bem", afirmou antes de acrescentar que desde esse momento "e até o atentado, não pode responder sobre a vida de seu marido" já que não tinha relação com ele, salvo para que "de vez em quando" pudesse ver seus filhos.

Por isso, o advogado não quis entrar na questão se o terrorista era uma pessoa com problemas psiquiátricos ou influenciável, com base no testemunho de sua esposa.

Também não precisou quando aconteceu a separação, embora segundo os vizinhos, quando Hajer Khalfallah deu à luz ao terceiro dos filhos (têm 1, 4 e 6 anos) já não viviam juntos. Simplesmente insistiu que sua cliente "não aceitou ser acossada".

Igualmente, o advogado da mulher disse que ela "é uma boa mãe de família que educa perfeitamente seus filhos" e não tem "absolutamente nada a ver com o mundo da criminalidade".

O casal se conheceu há mais de 10 anos na cidade tunisiana de Msaken, da qual são originais. Garino considerou que se tiveram três filhos "é seguramente porque houve bons momentos" no casal, mas depois houve "problemas" na vida em comum com "a violência física e moral" do marido.