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Aleppo sofre a pior catástrofe humanitária da guerra na Síria, segundo ONU

29/09/2016 13h51

Nações Unidas, 29 set (EFE).- A parte oriental de Aleppo, assediada pelo governo da Síria com o apoio da Rússia, vive a pior "catástrofe humanitária" vista na guerra da Síria, advertiu a ONU nesta quinta-feira.

"O leste de Aleppo, neste momento, não está à beira do precipício. Está em uma terrível queda ao abismo impiedoso e implacável de uma catástrofe humanitária como nenhuma das que vimos na Síria", disse o chefe humanitário da ONU, Stephen O'Brien, ao Conselho de Segurança por teleconferência.

Segundo O'Brien, os ataques dos últimos dias mataram pelo menos 320 civis, mais de cem deles crianças, e feriu outros 756.

O uso de novas bombas capazes de atingir em búnqueres provocou, segundo informações da ONU, "destruição em massa em uma área que já tinha sido dizimada", e os ataques aéreos destruíram centros de proteção civil, hospitais e instalações humanitárias.

"As provas estão sendo coletadas, os relatos das testemunhas gravados, e se não for hoje, haverá um dia em que os indivíduos e instituições que impiedosa e cinicamente estão cometendo estes crimes de guerra não poderão se esconder", disse O'Brien.

O principal responsável pela ajuda humanitária nas Nações Unidas não poupou em adjetivos para tentar descrever o "horror" vivido em Aleppo.

"Devemos acabar com este pesadelo", reiterou O'Brien às potências internacionais, cuja divisão impediu até hora por fim à violência na Síria.

Aleppo oriental, lembrou ele, está sem receber ajuda da ONU desde 7 de julho, e a assistência sanitária na cidade está "à beira do colapso total".

Também é necessário levar alimentos à região, pois as provisões atuais podem cobrir unicamente as necessidades de 40 mil pessoas durante um mês, um número claramente insuficiente, segundo ele.

"Agora não é momento de grandiloquência política ou de proteger as posições militares de cada um. É momento de reconhecer o horror diante dos nossos olhos, entrar em acordo sobre nossa humanidade comum e restaurar o fim das hostilidades", ressaltou.