Cuba abandona programa Mais Médicos no Brasil após ameaças de Bolsonaro
Havana, 14 nov (EFE).- O governo de Cuba informou nesta quarta-feira que está saindo do programa social Mais Médicos no Brasil devido às declarações "ameaçadoras e depreciativas" do presidente eleito Jair Bolsonaro, que anunciou mudanças "inaceitáveis" no projeto governamental.
"Diante desta lamentável realidade, o Ministério da Saúde Pública (Minsap) de Cuba tomou a decisão de não continuar participando do programa 'Mais Médicos' e assim o comunicou à diretoria da OPS (Organização Pan-Americana da Saúde) e aos líderes políticos brasileiros que fundaram e defenderam esta iniciativa", anunciou a entidade em comunicado.
Cuba tomou a decisão de solicitar o retorno dos mais de 11 mil médicos cubanos que trabalham atualmente no Brasil depois que Bolsonaro questionou a preparação dos especialistas, condicionou sua permanência no programa "à revalidação do diploma" e impôs "como via única a contratação individual"
"As modificações anunciadas impõem condições inaceitáveis e descumprem as garantias estipuladas desde o início do programa, que foram ratificadas no ano de 2016 (...) Estas condições inadmissíveis tornam impossível manter a presença de profissionais cubanos no Programa", diz a declaração do Minsap.
Em setembro de 2016, pouco depois do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, surgiram dúvidas sobre a continuidade dos 11.400 médicos cubanos no programa, que leva atendimento médico a comunidades desfavorecidas e remotas, para onde os profissionais brasileiros não querem se transferir.
Naquele momento, Cuba afirmou que manterias seus especialistas no Brasil. O país caribenho tem a exportação de serviços profissionais entre suas principais fontes de receitas.
Nos discursos após as eleições, Bolsonaro anunciou uma mudança na política externa brasileira após sua posse em 1º de janeiro.
O presidente eleito criticou o atual modelo do programa Mais Médicos e, embora defenda a sua continuidade, esclareceu que os cubanos teriam que receber seu salário integral e trazer suas famílias para viver com eles no Brasil.
"Quem vem aqui procedente de outros países ganha um salário integral. Os cubanos ganham aproximadamente 25% do salário. O resto vai para alimentar a ditadura cubana?", questionou Bolsonaro no dia 3 de novembro.
Em seu comunicado, o Ministério da Saúde cubano respondeu que "não é aceitável que se questione a dignidade, o profissionalismo e o altruísmo" dos médicos cubanos que prestam serviços hoje em 67 países, onde, "em sua imensa maioria", os gastos destas missões são assumidos por Havana.
"Os colaboradores tiveram o tempo todo a manutenção de seus postos de trabalho e de 100% de seus salários em Cuba, com todas as garantias trabalhistas e sociais, como acontece com os demais funcionários do Sistema Nacional de Saúde", insistiu o Minsap.
A participação cubana no Mais Médicos acontece através da Organização Pan-Americana da Saúde e, em seus cinco anos de funcionamento, cerca de 20 mil profissionais cubanos prestaram atendimento a 113,3 milhões de pacientes brasileiros.
"Mais de 700 municípios tiveram um médico pela primeira vez na história", diz a declaração do Minsap, que destaca o trabalho dos médicos cubanos nas favelas de Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e na Amazônia.
Em Cuba, o salário médio estatal quase não ultrapassa os US$ 30 por mês, por isso uma missão no exterior é uma das vias legais mais frequentes para que os profissionais qualificados da ilha aumentem seus rendimentos, apesar de o governo cubano ficar com parte dos salários que os países pagam a esses especialistas.
Nesta semana, nos veículos de imprensa cubanos - vistos como a posição oficial do governo - foram publicados vários comentários críticos sobre Bolsonaro, especialmente devido a seus posicionamentos contra a Venezuela, o principal aliado político de Cuba na região.
"Diante desta lamentável realidade, o Ministério da Saúde Pública (Minsap) de Cuba tomou a decisão de não continuar participando do programa 'Mais Médicos' e assim o comunicou à diretoria da OPS (Organização Pan-Americana da Saúde) e aos líderes políticos brasileiros que fundaram e defenderam esta iniciativa", anunciou a entidade em comunicado.
Cuba tomou a decisão de solicitar o retorno dos mais de 11 mil médicos cubanos que trabalham atualmente no Brasil depois que Bolsonaro questionou a preparação dos especialistas, condicionou sua permanência no programa "à revalidação do diploma" e impôs "como via única a contratação individual"
"As modificações anunciadas impõem condições inaceitáveis e descumprem as garantias estipuladas desde o início do programa, que foram ratificadas no ano de 2016 (...) Estas condições inadmissíveis tornam impossível manter a presença de profissionais cubanos no Programa", diz a declaração do Minsap.
Em setembro de 2016, pouco depois do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, surgiram dúvidas sobre a continuidade dos 11.400 médicos cubanos no programa, que leva atendimento médico a comunidades desfavorecidas e remotas, para onde os profissionais brasileiros não querem se transferir.
Naquele momento, Cuba afirmou que manterias seus especialistas no Brasil. O país caribenho tem a exportação de serviços profissionais entre suas principais fontes de receitas.
Nos discursos após as eleições, Bolsonaro anunciou uma mudança na política externa brasileira após sua posse em 1º de janeiro.
O presidente eleito criticou o atual modelo do programa Mais Médicos e, embora defenda a sua continuidade, esclareceu que os cubanos teriam que receber seu salário integral e trazer suas famílias para viver com eles no Brasil.
"Quem vem aqui procedente de outros países ganha um salário integral. Os cubanos ganham aproximadamente 25% do salário. O resto vai para alimentar a ditadura cubana?", questionou Bolsonaro no dia 3 de novembro.
Em seu comunicado, o Ministério da Saúde cubano respondeu que "não é aceitável que se questione a dignidade, o profissionalismo e o altruísmo" dos médicos cubanos que prestam serviços hoje em 67 países, onde, "em sua imensa maioria", os gastos destas missões são assumidos por Havana.
"Os colaboradores tiveram o tempo todo a manutenção de seus postos de trabalho e de 100% de seus salários em Cuba, com todas as garantias trabalhistas e sociais, como acontece com os demais funcionários do Sistema Nacional de Saúde", insistiu o Minsap.
A participação cubana no Mais Médicos acontece através da Organização Pan-Americana da Saúde e, em seus cinco anos de funcionamento, cerca de 20 mil profissionais cubanos prestaram atendimento a 113,3 milhões de pacientes brasileiros.
"Mais de 700 municípios tiveram um médico pela primeira vez na história", diz a declaração do Minsap, que destaca o trabalho dos médicos cubanos nas favelas de Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e na Amazônia.
Em Cuba, o salário médio estatal quase não ultrapassa os US$ 30 por mês, por isso uma missão no exterior é uma das vias legais mais frequentes para que os profissionais qualificados da ilha aumentem seus rendimentos, apesar de o governo cubano ficar com parte dos salários que os países pagam a esses especialistas.
Nesta semana, nos veículos de imprensa cubanos - vistos como a posição oficial do governo - foram publicados vários comentários críticos sobre Bolsonaro, especialmente devido a seus posicionamentos contra a Venezuela, o principal aliado político de Cuba na região.
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