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Novo fundo busca angariar US$ 1 bilhão para combater desnutrição infantil

Jestina Koko, 25, vive na Libéria e não anda desde os três anos. Ela se arrasta com a ajuda dos braços e mãos. Koko se sustenta lavando roupas, vendendo biscoitos caseiros e com esmolas. Ela tem esperança de que sua filha, Satta, frequente uma escola. A fotógrafa Renée C. Byer, ganhadora do prêmio Pulitzer, viajou para dez países em quatro continentes para documentar o cotidiano de pessoas que sobrevivem com apenas US$ 1 por dia - Renée C. Byer
Jestina Koko, 25, vive na Libéria e não anda desde os três anos. Ela se arrasta com a ajuda dos braços e mãos. Koko se sustenta lavando roupas, vendendo biscoitos caseiros e com esmolas. Ela tem esperança de que sua filha, Satta, frequente uma escola. A fotógrafa Renée C. Byer, ganhadora do prêmio Pulitzer, viajou para dez países em quatro continentes para documentar o cotidiano de pessoas que sobrevivem com apenas US$ 1 por dia Imagem: Renée C. Byer

17/04/2015 18h44

Foi lançado esta sexta-feira, na capital americana Washington, um fundo financeiro independente para combater a desnutrição infantil. A proposta da iniciativa "O Poder da Nutrição" é angariar US$ 1 bilhão e está aberta aos investidores dos setores público e privado. Os primeiros US$ 200 milhões foram garantidos pelo Departamento de Desenvolvimento Internacional do Reino Unido, pela Fundação UBS Optimus e pela Fundação Fundo de Investimento para Crianças.

Desenvolvimento

Os recursos serão administrados pelo Fundo da ONU para Infância, Unicef, e pelo Banco Mundial, com a proposta de ajudar os países mais pobres do mundo. O Unicef explica que sem nutrientes adequados e cuidados de saúde nos primeiros três anos de vida, o cérebro e o corpo da criança podem ter dificuldades de desenvolvimento.

Ao contrário da fome, os efeitos da má nutrição são irreversíveis e responsáveis por 45% das mortes de crianças menores de cinco anos, ou quase 3 millhões por ano.

Futuro

Na África Subsaariana e no sul da Ásia, a desnutrição faz com que quatro entre 10 crianças tenham problemas de desenvolvimento. Muitas têm o QI abaixo do indicado e acabam desistindo da escola. Na vida adulta, as chances de escapar da pobreza são menores.

Segundo o Banco mundial, nações africanas e asiáticas estão perdendo até 11% de seu PIB para o problema.

O Unicef destaca também o problema do círculo vicioso: mães desnutridas geram meninas desnutridas, causando impactos para gerações futuras. O dinheiro angariado com o novo fundo servirá para financiar programas de larga escala que vão ajudar a quebrar esse ciclo.