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Hamas dispara foguetes e Israel responde com bombardeio em Gaza

Por Nidal al-Mughrabi e Jeffrey Heller
Imagem: Por Nidal al-Mughrabi e Jeffrey Heller

08/07/2014 16h38

Por Nidal al-Mughrabi e Jeffrey Heller

GAZA/JERUSALÉM (Reuters) - Pelo menos 20 pessoas foram mortas em ataques na Faixa de Gaza nesta terça-feira, disseram autoridades palestinas, por um bombardeio que Israel alegou ser apenas o começo de uma ofensiva contra militantes islâmicos cujos foguetes atingiram partes do território israelense nunca antes alcançadas.

Israelenses corriam para se abrigar ao som das sirenes na movimentada capital financeira israelense, Tel Aviv, e na cidade sagrada de Jerusalém, ambos locais atingidos na guerra anterior, em novembro de 2012.

O Hamas também afirmou ter disparado foguetes em direção a Haifa, no norte israelense, a 140 quilômetros de distância, e embora não tenha sido confirmado, Israel disse que um foguete caiu em Hadera, a 100 quilômetros de Gaza, distâncias não alcançadas em outras ocasiões.

Embora os israelenses não registraram mortos, o longo alcance dos foguetes foi comemorado pelos palestinos como prova da sua determinação nas hostilidades deflagradas há três semanas, após o sequestro e assassinato de três jovens seminaristas judeus.

Os ataques com foguetes poderiam, no entanto, levar a uma invasão israelense, algo que autoridades disseram que é uma opção possível.

Na densamente povoada Gaza, as explosões ecoaram dia e noite, balançando edifícios e criando nuvens de fumaça. Pelo menos 12 civis, incluindo cinco crianças, estavam entre os 20 mortos, disseram autoridades palestinas. Do lado israelense, pelo menos duas pessoas ficaram feridas, segundo fontes médicas.

Na tarde desta terça-feira, o sistema antimísseis israelense, o Domo de Ferro, abateu um foguete que o grupo Jihad Islâmica assumiu ter disparado em direção a Tel Aviv.

“Não iremos tolerar o disparo de mísseis contra nossas cidades e vilarejos, e eu pedi uma ampliação significativa da Força de Defesa de Israel contra os terroristas do Hamas e outros grupos terroristas na Faixa de Gaza", disse o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em um comunicado.

Ele pediu que os israelenses se unam e "mostrem resiliência, pois esta operação pode levar tempo".

Israel ameaçou invadir Gaza se os ataques com foguetes persistirem.

Mostrando ousadia, atiradores do Hamas se infiltraram perto de Zikim, onde se localizam um kibutz (comunidade agrária israelense) e uma base do Exército, bem diante do enclave. Os militares israelenses disseram que seus soldados mataram cinco deles, mas depois diminuíram o número para quatro.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, que está baseado na Cisjordânia ocupada e fechou um acordo de compartilhamento de poder com o Hamas, em abril, depois de anos de diferenças, disse que conversou com autoridades egípcias sobre a crise em Gaza.

Sob o governo do presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, o Cairo reforçou o controle na fronteira entre o país e Gaza, aumentando a pressão econômica sobre o Hamas diante de um bloqueio israelense de longa duração.

"Sisi salientou que o Egito estava interessado na segurança do povo palestino na Faixa de Gaza", disse um comunicado do gabinete de Abbas, acrescentando que o Cairo irá "promover esforços para alcançar um cessar-fogo imediato".

Os EUA apoiaram as ações de Israel na Faixa de Gaza, enquanto a União Europeia e a Organização das Nações Unidas pediram moderação dos dois lados.

(Reportagem adicional de Jeffrey Heller e Mark Felsenthal, em Washington)