EUA, com apoio de aliados árabes, bombardeiam Estado Islâmico na Síria
Por Phil Stewart e Tom Perry
WASHINGTON/BEIRUTE (Reuters) - Os Estados Unidos e seus aliados árabes bombardearam a Síria pela primeira vez nesta terça-feira, matando dezenas de combatentes do Estado Islâmico e membros de outro grupo ligado à Al Qaeda, e abrindo uma nova frente de batalha contra os militantes ao se juntar à guerra civil de três anos em solo sírio.
O Comando Central dos EUA informou que Barein, Jordânia, Catar, Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos participaram ou apoiaram os ataques contra os alvos do Estado Islâmico nos arredores das cidades de Raqqa, Deir al-Zor, Hasakah e Albu Kamal, no leste da Síria.
Aviões de guerra e mísseis de cruzeiro Tomahawk lançados de navios atingiram “combatentes, complexos de treinamento, quartéis-generais e instalações de comando e controle, instalações de armazenagem, um centro financeiro, caminhões de suprimento e veículos armados”, declarou o organismo.
Washington ainda afirmou que forças norte-americanas agindo sozinhas lançaram oito ataques em outra área da Síria contra o "Grupo Khorasan", unidade da Al Qaeda que autoridades dos EUA descreveram nos últimos dias como uma ameaça semelhante à do Estado Islâmico.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos, que monitora a guerra na Síria, disse que pelo menos 70 combatentes do Estado Islâmico foram mortos em incursões que atingiram no mínimo 50 alvos em Raqqa, Deir al-Zor e em províncias de Hasakah, no leste sírio.
A entidade afirmou que pelo menos 50 combatentes e oito civis foram mortos em ataques que miraram a afiliada síria da Al Qaeda, a Frente Al-Nusra, nas províncias de Aleppo e Idlib, no norte, aparentemente se referindo aos ataques que os norte-americanos disseram ter por alvo o Khorasan.
O Observatório declarou que a maioria dos militantes da Frente Al-Nusra mortos não era formada por sírios. Os ataques aéreos cumprem a promessa do presidente dos EUA, Barack Obama, de atuar na Síria contra o Estado Islâmico, grupo sunita que ocupou vastas áreas da Síria e do Iraque impondo uma interpretação medieval do islamismo, decapitando prisioneiros e ordenando a xiitas e não-muçulmanos que se convertam ou morram.
O governo sírio declarou que Washington o informou das incursões horas antes em uma carta do secretário de Estado, John Kerry, através de seu colega iraquiano, e uma declaração do Ministério das Relações Exteriores sírio se absteve de criticar a ação liderada pelos EUA, dizendo que Damasco irá continuar a atacar o Estado Islâmico e que está pronto para cooperar com qualquer iniciativa internacional de combate ao terrorismo.
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