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Atiradores de San Bernardino são enterrados em funeral discreto, com rituais islâmicos

Em San Francisco

17/12/2015 10h56

Syed Rizwan Farook e Tashfeen Malik, que abriram fogo em uma festa de fim de ano em San Bernardino, nos Estados Unidos, no início deste mês, foram enterrados na terça-feira em um funeral discreto, sob vigilância de agentes do FBI.

Muitos dos que frequentavam a mesquita com o casal não compareceram, disseram dois fiéis muçulmanos.

Farook, 28 anos, nascido nos Estados Unidos, e sua esposa, a paquistanesa Malik, 29 anos, mataram 14 pessoas e feriram 21, em uma ação que as autoridades norte-americanas qualificaram como terrorista. Eles morreram mais tarde naquele dia em um tiroteio com a polícia.

O funeral seguiu os rituais tradicionais islâmicos, disse um participante. Em um cemitério muçulmano a horas de distância de San Bernardino os corpos foram purificados de acordo com as regras islâmicas, enrolados em um pano branco e sepultados.

Pedindo que não fossem identificados, por medo de represálias, o participante do funeral e outra pessoa familiarizada com a situação disseram que levaram uma semana para encontrar um cemitério disposto a aceitar os corpos.

Eles afirmaram que o marido e a esposa foram finalmente enterrados em um cemitério longe de San Bernardino, depois que um local mais próximo se recusou a aceitar os corpos por causa do receio que os túmulos fossem profanados. Nenhum dos dois informou em qual cemitério o casal foi sepultado.

Os muçulmanos são geralmente enterrados no prazo de 24 horas da morte, mas familiares e membros da comunidade tiveram que esperar para os corpos serem liberados pelos agentes da lei e, em seguida, obter a permissão de um cemitério.

Uma mulher no Cemitério Islâmico & Masjid, em Adelanto, Califórnia, a menos de uma hora de San Bernardino, confirmou que o local se recusou a enterrar os corpos, em parte por medo de reações, mas também por "outras razões". Ela não quis se identificar.

A família de Tamerlan Tsarnaev, um dos dois homens acusados ??de realizar o atentado na Maratona de Boston em 2013, enfrentou dificuldade semelhante para encontrar um lugar para enterrá-lo. Cemitérios em Massachusetts se recusaram a aceitar o corpo, e a família, por fim, sepultou-o em uma cova sem identificação no Estado da Virgínia.

Cerca de 10 pessoas foram ao funeral, disse o participante, incluindo membros da família de Farook e pessoas que costumavam rezar com ele nas mesquitas em San Bernardino.