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Secretário é retirado pela polícia ao interromper sessão da CPI

Caio Junqueira e Yvna Sousa

10/07/2012 14h18

No momento de maior tensão desta terça-feira na CPI do Cachoeira, o secretário de Desenvolvimento Social de Palmas, Robledo Suarte, interrompeu a inquirição do deputado oposicionista Rubens Bueno (PPS-PR) ao prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), e foi retirado do plenário da comissão pela Polícia Legislativa.

Bueno questionava o petista sobre o vídeo em que ele aparece negociando com o empresário Carlos Cachoeira ajuda financeira para sua campanha em 2004 e negócios na prefeitura, caso eleito.

"Quando chega aqui alguém para depor, para ajudar nas investigações, não ajuda. Aí o vídeo parece um filme de ficção, colocando o pré-candidato em um filme, negociando, entregando Palmas. É um depoimento que depõe contra as instituições", disse o deputado. Foi quando Suarte, sentado na última bancada, protestou algo inaudível. A Polícia Legislativa o retirou.

Bueno, então, intensificou os ataques. "Ou é funcionário da prefeitura ou um jagunço para pôr medo aqui. Lamentável. Torcida organizada que vem aqui à custa do dinheiro público".

CPI tem discussão durante depoimento do prefeito de Palmas

Da oposição, sua fala foi a mais incisiva, superando até mesmo a da senadora Kátia Abreu (PSD-TO), adversária política do prefeito em seu Estado.

Bueno irritou-se com a declaração de Raul Filho de que deixara o PPS em busca de respeitabilidade. "O senhor começou no PDS, oriundo da ditadura. Saiu e foi buscar respeitabilidade com o Cachoeira. Todos nós, políticos sérios ou não, acabamos pagando por isso de alguma forma, com essa descrença da população pela política", disse Rubens Bueno.

No comando da sessão, o vice-presidente da CPI, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), chegou a pedir a Bueno que fosse "restabelecido o clima de respeito". O deputado rebateu: "Ninguém vai me censurar da forma de falar, nem o senhor".

Antes disso, Kátia Abreu revelou ter recebido antes das denúncias em sua casa a mulher de Raul Filho, deputada estadual Solange Dualibe, ocasião em que foi cogitada sua ida para o PSD.

"Recebi no ano passado, pois tinha a possibilidade de ela se filiar ao PSD por problemas internos do PT. Até se aventou a possibilidade de ele vir e que eu poderia ser candidata a prefeita apoiada por ele. E eu disse que não", afirmou a senadora.