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Cardozo descarta fraude em tradução sobre cartel do metrô de SP

Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, durante entrevista na Sala de Retratos do Ministério da Justiça  - José Cruz/Agência Brasil
Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, durante entrevista na Sala de Retratos do Ministério da Justiça Imagem: José Cruz/Agência Brasil

03/12/2013 15h37

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou, nesta terça-feira (3) em reunião da Comissão de Constituição e Justiça do Senado que o documento em inglês anexado às investigações da Polícia Federal (PF) sobre o caso Siemens não foi traduzido para o português.

"Na verdade são documentos diferentes, dirigidos a pessoas diferentes, com anexos diferentes, com textos diferentes", disse o ministro.

A oposição tem acusado o PT de ter forjado a tradução para o português, incluindo informações não existentes no texto original, como acusações que ligam o PSDB ao suposto cartel formado para fraudar licitações do metrô de São Paulo.

"Possivelmente foram baseados no mesmo texto", disse Cardozo sobre os dois papeis, dizendo que, como têm destinatários diferentes, as versões diferem em detalhes, uma com mais, outra com menos.

Segundo ele, também seria muita pretensão alguém pensar que enganaria a Polícia Federal forjando uma tradução. "Por que alguém vai forjar uma carta e chamá-la de tradução, porque são diferentes, para induzir a autoridade policial a erro? Será que o delegado federal não sabe ler inglês?", disse.

O ministro disse, ainda, que a Polícia Federal e o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) continuarão a investigar o assunto. "Se alguém tenta intimidar ou obstaculizar a Polícia Federal e o Cade, perca as esperanças", afirmou Cardozo.

Segundo ele, os dois órgãos agem como instituições republicanas, independentemente do partido que esteja governando o país.

Na reunião, o ministro foi questionado por senadores da oposição sobre as ações do Ministério da Justiça sobre o caso Siemens. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) pediu que seja investigado o "cartel do leilão de Libra", que, segundo ele, "é o maior cartel da história do Brasil".

Cardozo disse que não parece que houve cartel. "Mas, se houve, me parece legítimo que seja investigado", disse o ministro.