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Justiça de SP abre processo por formação de cartel contra 10 executivos

01/04/2014 02h37

A Justiça de São Paulo recebeu parcialmente, na noite desta segunda-feira (31) , denúncia contra 10 executivos de multinacionais do setor metroferroviário por formação de cartel e fraude a licitações em projeto de reforma de trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), além de instaurar ação penal contra os réus. A decisão é da juíza Érica Pereira de Souza, da 28ª vara criminal da capital paulista.

A magistrada, no entanto, rejeitou pedido de prisão contra o ex-presidente da Bombardier Serge Van Themsche. Para a juíza, cabe à acusação apontar fatos concretos de que o acusado pretende fugir, não "vagas suposições". Além de Van Themsche, o Ministério Público pediu à Justiça a prisão de outros 12 executivos das multinacionais, sendo 11 da Siemens e um da Hyundai-Rotem.

A denúncia é uma das cinco oferecidas pelo Ministério Público na semana passada contra 30 executivos e ex-executivos de 12 empresas do setor. É a primeira vez que a Justiça torna réus dirigentes de empresas do cartel do setor metroferroviário, denunciado no ano passado pela alemã Siemens ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em acordo de leniência.


Tornaram-se réus Paulo José de Carvalho Borges e Geraldo Phillipe Herz (da Alstom), Serge Van Themsche e Manuel Carlos do Rio Filho (Bombardier), Mauricio Memória e Wilson Daré (Temoinsa), Murilo Rodrigues da Cunha (CAF), Masao Suzuki (Mitsui), Massimo Giavina-Bianchi (T'Trans) e Ricardo Lopes (Tejofran).

No entanto a magistrada não aceitou um dos três crimes que o promotor Marcelo Mendroni atribuiu aos executivos - um por formação de cartel e dois tipos penais distintos de fraude a licitação. Segundo ela, um dos supostos ilícitos de fraude a concorrência está prescrito. Com a decisão, fica reduzido para 11 anos o tempo máximo de prisão que os executivos poderão cumprir caso sejam condenados.

As empresas negam prática de cartel e dizem que estão à disposição das autoridades. A CPTM informa que colabora com as investigações.