Uma quadrilha de criminosos chamados por investigadores da Polícia Civil de "piratas do PCC" vem cometendo uma série de roubos de motos aquáticas no litoral de São Paulo.
Do fim de setembro para cá, a Polícia Civil registrou ao menos seis ataques no litoral paulista --cinco deles contra turistas.
Somados, os roubos causaram um prejuízo estimado de cerca de R$ 2 milhões, segundo estimativa de investigadores.
Armados e encapuzados, os criminosos roubam motos aquáticas, celulares e cartões. Após anunciar o assalto, o grupo ordena que as vítimas abandonem o veículo e pulem em alto mar.
Prefeitura Municipal de Penha
Os crimes ocorreram em um raio de cerca de 10 quilômetros pelo canal de Bertioga.
A Polícia Civil suspeita que as motos aquáticas estão sendo roubadas para serem utilizadas em fugas pelo mar em crimes ligados ao PCC ou na locação clandestina desses veículos para turistas.
Os investigadores estão atrás de câmeras de vigilância nos locais onde ocorreram os crimes para identificar os suspeitos de integrar a quadrilha.
"Criamos uma força-tarefa com patrulhamentos ostensivos por mar e terra. Estamos tentando identificar os autores e investigando a ligação desse grupo com o PCC", disse o delegado Fabiano Barbeiro, do Deic de Santos
A mesma quadrilha é suspeita de ter participado de uma ação mais ousada e planejada na madrugada de 5 de outubro.
Na ocasião, ao menos 20 criminosos armados e encapuzados invadiram uma garagem náutica em Bertioga para roubar sete motos aquáticas e dez motores de popa.
Os criminosos inutilizaram as câmeras de vigilância e renderam os vigilantes da marina. Em seguida, ordenaram que eles ajudassem a levar os motores até uma caminhonete.
O grupo arrastou as motos aquáticas até uma rampa para pilotá-las. Na fuga, quatro delas foram abandonadas após apresentarem problemas mecânicos e acabaram sendo recuperadas pela Polícia Civil.
Dois dias após o crime, uma denúncia anônima levou os investigadores a uma casa abandonada perto da marina, onde foram encontrados oito dos dez motores de popa roubados.
"Os criminosos conheciam o funcionamento da marina e sabiam exatamente o que queriam roubar", disse um administrador da marina, que optou pelo anonimato
E completou: "eles arrancaram as câmeras de vigilância que estavam ao alcance e evitaram passar nos locais onde havia monitoramento pelo alto".