Cientistas pedem mais pressão externa para proteger Amazônia
A comunidade internacional deveria exercer mais pressão sobre o governo brasileiro em favor da preservação da floresta amazônica, de acordo com estudiosos entrevistados pela BBC Brasil.
"O desaparecimento da Amazônia teria conseqüências reais em todo o mundo, e a comunidade internacional não está fazendo o suficiente para evitar isso", afirma François-Michel Le Tourneau, geólogo do Centro de Pesquisa e Documentação sobre a América Latina.
"Se parte da floresta desaparacer, a evaporação que deveria formar chuvas sobre a Amazônia vai ser direcionada para o sul do continente e até para a Europa, devido à mudança no sistema geológico da região."
De acordo com o especialista, o resultado disso será um clima cada vez mais seco na Amazônia, enquanto que São Paulo, Buenos Aires e até algumas áreas da Europa deverão sofrer com chuvas mais intensas e inundações.
Importância mundial
A importância da floresta amazônica no equilíbrio mundial também foi destacada pelo antropólogo Martin von Hildebrand, diretor do programa Coama, para a preservação da Amazônia colombiana.
"Todos dependemos da floresta amazônica e por isso todos devemos lutar para que o Brasil a preserve. Mas, em contrapartida, a comunidade internacional também tem a obrigação de ajudar o Brasil", justifica o antropólogo.
"Depois de terem destruído os seus próprios recursos a favor do crescimento, os países desenvolvidos não podem pedir que os brasileiros deixem de pensar em crescimento".
Von Hildebrand sugere também que a comunidade internacional pague uma espécie de mesada para que o governo brasileiro "se comprometa a fundo" na preservação da floresta amazônica.
"Seria uma recompensa pelo que o país deixaria de ganhar com a exploração dessas terras. É um negócio justo, já que todo o mundo depende da Amazônia, e o território pertence aos brasileiros", explica o antropólogo.
Pressão
A opinião de von Hidebrand coincide com a do sociólogo Benjamin Buclet, sociólogo político especializado em gestão do território.
"Esse dinheiro poderia ser aplicado em projetos de desenvolvimento sustentável que dariam ao brasileiros o crescimento econômico que desejam", disse Buclet.
Os especialistas ressaltam a pressão internacional não deve ser confundida com imposição.
"O problema é que grande parte dos políticos e da população do Brasil consideram qualquer negociação internacional como intervenção estrangeira na Amazônia, e isso não deveria ser visto dessa forma", diz o geólogo François-Michel Le Tourneau.
Já na opinião de Buclet, é preciso pressão internacional dos dois lados "para que a comunidade internacional leve propostas e para que governo brasileiro aceite negociar".
"A Amazônia nunca foi prioridade para o governo brasileiro, e a única forma de mudar essa visão é por meio da pressão internacional. Há muita boa vontade e pessoas qualificadas, mas o governo não consegue conciliar as suas promessas de crescimento com a preservação do meio ambiente", afirma.
"O desaparecimento da Amazônia teria conseqüências reais em todo o mundo, e a comunidade internacional não está fazendo o suficiente para evitar isso", afirma François-Michel Le Tourneau, geólogo do Centro de Pesquisa e Documentação sobre a América Latina.
"Se parte da floresta desaparacer, a evaporação que deveria formar chuvas sobre a Amazônia vai ser direcionada para o sul do continente e até para a Europa, devido à mudança no sistema geológico da região."
De acordo com o especialista, o resultado disso será um clima cada vez mais seco na Amazônia, enquanto que São Paulo, Buenos Aires e até algumas áreas da Europa deverão sofrer com chuvas mais intensas e inundações.
Importância mundial
A importância da floresta amazônica no equilíbrio mundial também foi destacada pelo antropólogo Martin von Hildebrand, diretor do programa Coama, para a preservação da Amazônia colombiana.
"Todos dependemos da floresta amazônica e por isso todos devemos lutar para que o Brasil a preserve. Mas, em contrapartida, a comunidade internacional também tem a obrigação de ajudar o Brasil", justifica o antropólogo.
"Depois de terem destruído os seus próprios recursos a favor do crescimento, os países desenvolvidos não podem pedir que os brasileiros deixem de pensar em crescimento".
Von Hildebrand sugere também que a comunidade internacional pague uma espécie de mesada para que o governo brasileiro "se comprometa a fundo" na preservação da floresta amazônica.
"Seria uma recompensa pelo que o país deixaria de ganhar com a exploração dessas terras. É um negócio justo, já que todo o mundo depende da Amazônia, e o território pertence aos brasileiros", explica o antropólogo.
Pressão
A opinião de von Hidebrand coincide com a do sociólogo Benjamin Buclet, sociólogo político especializado em gestão do território.
"Esse dinheiro poderia ser aplicado em projetos de desenvolvimento sustentável que dariam ao brasileiros o crescimento econômico que desejam", disse Buclet.
Os especialistas ressaltam a pressão internacional não deve ser confundida com imposição.
"O problema é que grande parte dos políticos e da população do Brasil consideram qualquer negociação internacional como intervenção estrangeira na Amazônia, e isso não deveria ser visto dessa forma", diz o geólogo François-Michel Le Tourneau.
Já na opinião de Buclet, é preciso pressão internacional dos dois lados "para que a comunidade internacional leve propostas e para que governo brasileiro aceite negociar".
"A Amazônia nunca foi prioridade para o governo brasileiro, e a única forma de mudar essa visão é por meio da pressão internacional. Há muita boa vontade e pessoas qualificadas, mas o governo não consegue conciliar as suas promessas de crescimento com a preservação do meio ambiente", afirma.