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Premiê australiano quer barrar imigrantes com HIV

Giovana Vitola, de Sydney

13/04/2007 12h16

Pessoas com o vírus HIV serão impedidas de entrar na Austrália seja como imigrantes ou refugiados, disse nesta sexta-feira o primeiro-ministro australiano, John Howard.

Howard disse que irá considerar mudanças nas leis do país para prevenir que pessoas infectadas com o vírus venham a viver na Austrália. O primeiro-ministro anunciou que está considerando meios legais de implementar medidas neste sentido.

O comentário, que gerou grande polêmica no país, foi em resposta à divulgação, feita pelo Departamento de Saúde do Estado de Victoria, de que o número de pessoas infectadas pelo vírus mudando-se para o Estado nos últimos dois anos quadruplicou.

Segundo o Birô de Estatísticas australiano, há cerca de 25 mil casos de pessoas infectadas com o vírus HIV, causador da Aids, no país.

Ativistas de defesa de direitos humanos criticaram duramente a declaração de Howard, dizendo que ele deveria ser processado por difamar portadores do vírus.

Tuberculosos

Segundo o departamento de Imigração do governo, já é exigido que requerentes ao visto de residência permanente no país com mais de 15 anos façam o teste de HIV.

Howard, que endureceu as regras para a entrada de imigrantes desde que assumiu o poder há mais de uma década, disse também que a Austrália já restringiu a entrada de pessoas com tuberculose de entrar no país.

O departamento de Imigração diz, no entanto, que tuberculosos deixam de ser barrados de viver na Austrália quando se submetem a tratamento.

Além disso, quem quiser virar cidadão australiano deve, desde o ano passado, fazer um teste de conhecimentos gerais sobre o país.

Howard, do partido Liberal, é conservador, e tem sido criticado por sua postura dura em relação a imigrantes. Ele é tido como um dos principais aliados do presidente americano George W. Bush na chamada guerra internacional contra o terror.

Nos anos 80 a Austrália realizou campanhas preventivas que conseguiram impedir que a doença se espalhasse pelo continente. No entanto, o vírus se espalhou rapidamente em países vizinhos, como Papua Nova Guiné.