Obama pede acordo para o clima já, 'mesmo imperfeito'
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta sexta-feira em Copenhague, onde participa da reunião de cúpula sobre as mudanças climáticas, que os líderes mundiais devem aceitar um acordo global mesmo que imperfeito e que devem começar a atuar imediatamente para conter o aquecimento global.
“Isto não é ficção, isto é ciência. Sem controle, as mudanças climáticas significarão riscos inaceitáveis à nossa segurança, às nossas economias e ao nosso planeta”, afirmou Obama.
Para ele, se um acordo, ainda que não ideal, não for assinado ao final da cúpula na capital dinamarquesa, haverá o risco de que as divisões entre os países aumentem ainda mais e impeçam qualquer acordo futuro.
“Este não é um acordo perfeito, e nenhum país conseguirá tudo o que quer”, afirmou Obama sobre as propostas em discussão no último dia da cúpula. “Mas a questão é se vamos avançar juntos ou se nos separaremos”, disse.
“Aqui está a questão principal: nós podemos aceitar este acordo, dar um passo adiante substancial, e continuar a refiná-lo e a avançar a partir de sua base”, argumentou o presidente americano.
Para Obama, se a cúpula de Copenhague fracassar, após duas semanas de discussões, o resultado será um retrocesso “às mesmas divisões que impediram as ações por anos”.
“Vamos voltar a ter as mesmas discussões mês após mês, ano após ano, enquanto o perigo das mudanças climáticas aumentará até se tornar irreversível”, disse.
Compromissos
Apesar de sua defesa incisiva de um acordo, Obama não ofereceu novos compromissos dos Estados Unidos para cortar emissões, o que é visto pelos países em desenvolvimento como essencial para um acordo.
“Estou confiante de que os Estados Unidos cumprirá com os compromissos que já fizemos: cortar nossas emissões em torno de 17% até 2020 e em mais de 80% até 2050”, disse.
Segundo ele, os Estados Unidos “continuarão com seu caminho de ações independentemente do que aconteça ao final da cúpula de Copenhague”.
Obama pediu ainda que um eventual acordo garanta mecanismos para verificar o cumprimento dos compromissos por cortes.
“Estas medidas deve garantir que um acordo seja crível e que todos cumpram com suas obrigações. Sem isso, qualquer acordo seria apenas palavras vazias”, disse.