Pesquisa da Unicamp sugere coleta de energia do ar
Pesquisadores da Universidade de Campinas (Unicamp) dizem ter encontrado um mecanismo para coletar energia elétrica do ar úmido.
O coordenador do estudo, Fernando Galembeck, apresentou a descoberta em uma reunião da Sociedade Americana de Química, em Boston.
Segundo ele, a técnica explora um efeito atmosférico pouco conhecido.
O cientista brasileiro diz que metais poderiam ser usados para captar a energia, abrindo caminho para uma potencial fonte de energia em climas úmidos.
Outros cientistas, porém, discordam sobre o mecanismo e sobre a escala do efeito relatado por Galembeck.
Circuito "A ideia básica é que quando você tem qualquer sólido ou líquido em um ambiente úmido, você tem a absorção de água na superfície", disse Galembeck à BBC.
"O trabalho que estou apresentando mostra como metais colocados sob um ambiente úmido se tornam carregados (de energia)", afirmou.
Galembeck e seus colegas de pesquisa isolaram vários metais e pares de metais separados por um material não condutor de eletricidade e permitiram que nitrogêneo gasoso com diferentes quantidades de vapor de água passassem por eles.
O que a equipe descobriu é que os metais acumularam carga elétrica - em variadas quantidades, com carga positiva ou negativa. Os metais poderiam ser ligados periodicamente a um circuito para criar eletricidade que pudesse ser utilizada.
O efeito é muito pequeno - coletando uma quantidade de eletricidade equivalente a 0,000001% da produzida em uma mesma área por uma célula de energia solar -, mas parece representar uma forma de acumulação de carga que até agora era ignorada.
Galembeck sugere que com mais desenvolvimento, o princípio poderia ser estendido para se tornar uma fonte de energia renovável em áreas úmidas do planeta, como os trópicos.
Debate Apesar de a ideia de tirar energia do ar ser tentadora, a perspectiva de se conseguir coletar uma quantidade suficiente para tornar o processo viável ainda é uma questão de debate.
Hywel Morgan, da Universidade de Southampton, na Grã-Bretanha, diz que um efeito semelhante já é conhecido há algum tempo. Ele aponta que o carregamento triboelétrico - a geração de carga elétrica pela fricção de gotas de água sobre gotas de água - é a origem das trovoadas.
"O que achamos que está acontecendo é que ele está jogando vapor de água através dos metais e, com isso, carregando triboeletricamente o vapor de água", afirma.
Segundo ele, isso resultaria numa carga, mas não seria o mesmo que simplesmente tirar eletricidade do ar úmido.
'Muito interessante' O físico Marin Soljacic, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), em Boston, criador de uma tecnologia de transmissão de energia sem fio conhecida como Witricity, discorda de Morgan.
Ele classifica o estudo coordenado por Galembeck de "muito interessante" e "uma boa área de pesquisa".
Ele concorda, porém, que a quantidade de carga acumulada nos testes iniciais sugere que pode ser difícil fazer bom uso da técnica.
"Neste ponto, ainda é difícil ver como isso poderia ser usado em aplicações do dia-a-dia", disse ele à BBC.
Segundo ele, são necessárias mais pesquisas para entender "todas as limitações e o quanto é possível avançar".
"(Morgan) está certo que um efeito semelhante e relacionado já é conhecido, mas estamos pressionados a encontrar novas fontes de energia renováveis, então acho que ainda é cedo para descartar esta pesquisa", afirma Soljacic.
Galembeck se diz acostumado com a polêmica que este tipo de trabalho gera, afirmando que as discordâncias sobre o mecanismo por trás dele formam "o motivo principal para discussões acaloradas entre os cientistas".
"Já houve muitas tentativas de coletar eletricidade da atmosfera, e a maioria teve final infeliz", diz.
O coordenador do estudo, Fernando Galembeck, apresentou a descoberta em uma reunião da Sociedade Americana de Química, em Boston.
Segundo ele, a técnica explora um efeito atmosférico pouco conhecido.
O cientista brasileiro diz que metais poderiam ser usados para captar a energia, abrindo caminho para uma potencial fonte de energia em climas úmidos.
Outros cientistas, porém, discordam sobre o mecanismo e sobre a escala do efeito relatado por Galembeck.
Circuito "A ideia básica é que quando você tem qualquer sólido ou líquido em um ambiente úmido, você tem a absorção de água na superfície", disse Galembeck à BBC.
"O trabalho que estou apresentando mostra como metais colocados sob um ambiente úmido se tornam carregados (de energia)", afirmou.
Galembeck e seus colegas de pesquisa isolaram vários metais e pares de metais separados por um material não condutor de eletricidade e permitiram que nitrogêneo gasoso com diferentes quantidades de vapor de água passassem por eles.
O que a equipe descobriu é que os metais acumularam carga elétrica - em variadas quantidades, com carga positiva ou negativa. Os metais poderiam ser ligados periodicamente a um circuito para criar eletricidade que pudesse ser utilizada.
O efeito é muito pequeno - coletando uma quantidade de eletricidade equivalente a 0,000001% da produzida em uma mesma área por uma célula de energia solar -, mas parece representar uma forma de acumulação de carga que até agora era ignorada.
Galembeck sugere que com mais desenvolvimento, o princípio poderia ser estendido para se tornar uma fonte de energia renovável em áreas úmidas do planeta, como os trópicos.
Debate Apesar de a ideia de tirar energia do ar ser tentadora, a perspectiva de se conseguir coletar uma quantidade suficiente para tornar o processo viável ainda é uma questão de debate.
Hywel Morgan, da Universidade de Southampton, na Grã-Bretanha, diz que um efeito semelhante já é conhecido há algum tempo. Ele aponta que o carregamento triboelétrico - a geração de carga elétrica pela fricção de gotas de água sobre gotas de água - é a origem das trovoadas.
"O que achamos que está acontecendo é que ele está jogando vapor de água através dos metais e, com isso, carregando triboeletricamente o vapor de água", afirma.
Segundo ele, isso resultaria numa carga, mas não seria o mesmo que simplesmente tirar eletricidade do ar úmido.
'Muito interessante' O físico Marin Soljacic, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), em Boston, criador de uma tecnologia de transmissão de energia sem fio conhecida como Witricity, discorda de Morgan.
Ele classifica o estudo coordenado por Galembeck de "muito interessante" e "uma boa área de pesquisa".
Ele concorda, porém, que a quantidade de carga acumulada nos testes iniciais sugere que pode ser difícil fazer bom uso da técnica.
"Neste ponto, ainda é difícil ver como isso poderia ser usado em aplicações do dia-a-dia", disse ele à BBC.
Segundo ele, são necessárias mais pesquisas para entender "todas as limitações e o quanto é possível avançar".
"(Morgan) está certo que um efeito semelhante e relacionado já é conhecido, mas estamos pressionados a encontrar novas fontes de energia renováveis, então acho que ainda é cedo para descartar esta pesquisa", afirma Soljacic.
Galembeck se diz acostumado com a polêmica que este tipo de trabalho gera, afirmando que as discordâncias sobre o mecanismo por trás dele formam "o motivo principal para discussões acaloradas entre os cientistas".
"Já houve muitas tentativas de coletar eletricidade da atmosfera, e a maioria teve final infeliz", diz.
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