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Nasa identifica possíveis 'vulcões de gelo' em Plutão

Wright Mons, um dos dois possíveis "vulcões de gelo" - Nasa/JPL-JHU/SWRI
Wright Mons, um dos dois possíveis "vulcões de gelo" Imagem: Nasa/JPL-JHU/SWRI

Jonathan Amos

Correspondente de Ciência da BBC News

09/11/2015 20h27

Dois possíveis "vulcões de gelo" foram identificados na superfície de Plutão.

Eles foram localizados em imagens enviadas pela sonda New Horizons, que passou pelo planeta-anão em julho.

As montanhas têm alguns quilômetros de altura e dezenas de quilômetros de diâmetro.

Enquanto os vulcões da Terra expelem rocha derretida, os de Plutão - se é isso mesmo que eles são - liberariam um mistura gelada, parcialmente derretida, de substâncias como água, nitrogênio e metano.

O time responsável pela missão ainda precisa fazer mais análises para confirmar a descoberta.

Informações sobre a composição dos materiais que compõem o terreno local podem ajudar na tarefa.

Descoberta convincente

A New Horizons ainda não enviou todas as informações registradas durante o sobrevoo a Plutão. Até agora, apenas cerca de 20% de suas observações chegaram até a Terra.

Se o crio-vulcanismo for comprovado, será uma incrível descoberta. A ocorrência do fenômeno já havia sido sugerida em vários outros corpos do Sistema Solar exterior, mas sem nada convincente ser detectado.

Os dois candidatos a vulcões de Plutão foram encontrados a sul de Sputnik Planum, planície lisa no equador do planeta.

Eles têm sido informalmente chamados de Wright Mons e Piccard Mons. Sua forma lembra, na Terra ou em Marte, a dos vulcões-escudo - extensos vulcões formados por repetidas erupções de fluídos de baixa viscosidade.

Comparação com Marte

Assim como suas supostas caldeiras, essas formações apresentam textura irregular em seus flancos, o que pode representar antigos "rios de lava gelada".

O quão recente estiveram em atividade, ninguém sabe dizer.


"É espantoso que, em toda a exploração que fizemos, as construções mais próximas disso na vizinhança estejam em Marte", afirmou o professor Alan Stern, o investigador principal da missão New Horizons.

"Não vimos nada como isso em todos os mundos do Sistema Solar médio. É realmente incrível."

Já se passaram 120 dias desde que a New Horizons fez seu histórico sobrevoo sobre o planeta-anão e suas luas.

Desde então, a sonda já ultrapassou 140 milhões de km no Sistema Solar externo, a cerca de 5 bilhões de quilômetros da Terra.

Os responsáveis pela missão supervisionaram, na semana passada, o disparo do último dos quatro motores que colocaram a aeronave em seu curso em direção ao novo alvo, a ser alcançado em 2019.

O objetivo é chegar até um corpo gelado muito menor, chamado de 2014 MU69.

A estimativa é que ele não tenha mais de 45 km de diâmetro, mas espera-se que a New Horizons se aproxime mais desse objeto do que ocorreu com Plutão - foram 12,5 mil km de distância.

No entanto, a equipe ainda não obteve, formalmente, os recursos da agência espacial norte-americana para operar a sonda até o 2014 MU69.

O projeto científico para pleitear esse suporte financeiro deve ser submetido à Nasa no ano que vem.