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Cynthia Kenyon, a cientista que quer estender a juventude: "Acredito que somos capazes"

20/04/2018 11h43

A bióloga é vice-presidente da Calico, uma empresa fundada há cinco anos pelo Google e que tem a seu dispor bilhões de dólares para investir na busca de uma resposta para um dos maiores mistérios da humanidade: o envelhecimento.

Pioneira no estudo sobre a biologia molecular envolvida nesse processo, ela descobriu em 1993 que a duplicação de um gene específico poderia duplicar o tempo de vida saudável. Com isso, mostrou que o grau de envelhecimento é, sim, suscetível a controle genético, diferentemente do que se pensava.

A repórter Gabriela Torres, da BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, conseguiu falar com ela e acessar o laboratório da empresa, que mantém um perfil discreto e prefere não divulgar muitos detalhes sobre suas atividades.

Questão hormonal

"Cavalos pequenos tendem a viver mais que cavalos grandes", explica a cientista.

"Os hormônios que descobrimos afetam a expectativa de vida e também o tamanho. E se você diminuir esses hormônios durante toda a vida, o animal ficará pequeno e viverá mais. Se você reduz nos adultos, eles não serão pequenos, mas viverão mais", conta.

Segundo Kenyon, não é tão simples dizer se estamos perto ou não de adiar o envelhecimento.

"Se as pessoas são como animais, no sentido de que sua maquinaria molecular ainda é suscetível a intervenções, pode estar bem perto. Pode estar bem, bem perto", afirma. "Mas se somos diferentes, ou já atingimos o auge, pode demorar."

Cedo ou tarde, chegaremos lá, diz a cientista. “Realmente acredito que somos capazes disso.”