Topo

Jamil Chade

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Na OMS, Butantan buscará chancela global para sua vacina

                                 O Instituto Butantan é o principal produtor de imunobiológicos do Brasil, responsável por grande porcentagem da produção de soros hiperimunes e grande volume da produção nacional de antígenos vacinais                              -                                 DIVULGAÇÃO/INSTITUTO BUTANTAN
O Instituto Butantan é o principal produtor de imunobiológicos do Brasil, responsável por grande porcentagem da produção de soros hiperimunes e grande volume da produção nacional de antígenos vacinais Imagem: DIVULGAÇÃO/INSTITUTO BUTANTAN

Colunista do UOL

26/03/2021 07h29

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Resumo da notícia

  • Documentos da OMS indicam que existem 83 vacinas sendo alvo de testes clínicos neste momento, além de 184 outras em fase pré-clínica

O Instituto Butantan irá levar sua nova vacina contra a covid-19 para ser avaliada - e eventualmente aprovada - pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A meta é de que a agência dê sua chancela e, assim, permita que o imunizante brasileiro possa ser usado em mecanismos internacionais de distribuição de vacinas e que se abra as portas para sua utilização pelo mundo.

Num primeiro momento, enquanto os testes clínicos são realizados, o contato com a OMS será para informar a agência sobre os resultados parciais e andamento do processo. Será apenas ao final das três fases de testes que a instituição em Genebra considerará uma recomendação global. Isso, segundo técnicos, poderia ocorrer no começo de 2022.

Até agora, a OMS apenas deu sua chancela para três vacinas - Pfizer, Janssen e AstraZeneca. A agência ainda examina a situação das vacinas produzidas na China e Rússia, além de considerar outras candidatas e mesmo produtos já sendo usados, como a Moderna.

Um processo de aprovação, porém, pode levar alguns meses. Isso exigirá, por exemplo, visitas às fábricas nacionais e uma avaliação detalhada dos testes clínicos que ainda vão começar.

Oficialmente, agências reguladoras do mundo não precisam seguir as recomendações da OMS, que não tem o poder de impôr a autorização de uma vacina a um governo. Mas, para dezenas de países sem agências capazes de fazer uma avaliação rápida e para instrumentos internacionais, como a Covax, o sinal verde da OMS significa uma possibilidade real de iniciar uma importação e seu uso.

Longo caminho

Na OMS, a notícia de uma vacina brasileira foi recebida de forma positiva. A entidade teme que, com países ricos se recusando a abrir mão de patentes, a escassez na produção de imunizantes possa perdurar inclusive em 2022.

Mas fontes de alto escalão na agência apontam que, entre os testes e uma aprovação final, o processo em Genebra pode exigir "um longo caminho".

A agência ainda destaca como existe ainda o risco de que a doença seja endêmica em certas regiões do mundo no futuro próximo, o que também exigirá campanhas regulares de vacinação.

Hoje, os documentos da OMS revelam que existem 83 vacinas em fase de testes clínicos pelo mundo. Na fase pré-clínica, são outras 184 candidatas