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Esperteza do Auxílio Brasil engoliu Jair Bolsonaro
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Ao substituir o Bolsa Família pelo Auxílio Brasil, Bolsonaro sonhou em transformar o que chamava de "cabresto" eleitoral do PT, numa nova coleira em versão bolsonarista. Aumentou o valor mínimo do benefício para R$ 400. Elevou o número de famílias contempladas para a marca recorde de 18 milhões de lares. O tiro saiu pela culatra.
Roído pela inflação, o benefício vitaminado é considerado insuficiente por 69% dos que o recebem, informa o Datafolha. E formou-se uma fila de espera de 764 mil famílias que, embora tenham os cadastros aprovados, não conseguiram obter o benefício.
Bolsonaro exagerou no improviso e no populismo. Ao unificar o Auxílio Brasil no patamar de R$ 400, destruiu a lógica do Bolsa Família. Consistia em dar mais a quem tem menos.
Numa mudança concebida em cima do joelho, o governo trocou a filosofia social pelo populismo eleitoral. Fez isso no pressuposto de que transformaria o novo programa num outdoor de campanha. Entregou com uma mão o dinheiro que retira agora com a outra, na forma de inflação. E não dispõe de verbas para cumprir a promessa de zerar a fila de espera.
Segundo o Datafolha, 66% da clientela do Auxílio Brasil declara que o benefício não influencia na sua opção de voto. Na pesquisa mais recente, Lula abriu 21 pontos de vantagem sobre Bolsonaro no percentual de intenções de voto. Entre os beneficiários do programa social, a dianteira é bem maior: 39 pontos.
Tancredo Neves já ensinou que a esperteza, quando é muito grande, engole o dono. Bolsonaro conseguiu transformar um programa social num fator de desprestígio de sua Presidência.
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