Josias de Souza

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Opinião

Bolsonaro vai de aliado a fardo

Bolsonaro passou a arrastar na campanha municipal as correntes de dois indiciamentos. Já havia sido indiciado no caso da falsificação dos cartões de vacina. A Polícia Federal acaba de indiciá-lo também no inquérito sobre a venda de joias do acervo presidencial. A bola de ferro virá nos próximos dias, com o encerramento das investigações sobre a tentativa de golpe.

O cerco criminal deve alterar o status de Bolsonaro nas eleições. Até aqui, o mito inelegível fez exigências em troca da defesa de certas candidaturas. Agora, precisa de candidatos que o defendam. Ele pergunta aos seus botões —que não respondem, porque não falam com qualquer um: "Quem se arriscará a perder a corrida à prefeitura para defender uma honestidade tão incerta?".

Desde que o tenente-coronel Mauro Cid começou a colaborar com as autoridades, uma indagação tornou-se complemento natural de qualquer nova revelação: Será que Bolsonaro será preso? A eloquência das provas recolhidas pela PF para corroborar a delação torna incontornáveis as denúncias da Procuradoria ao Supremo. Outra interrogação se tornará rotineira: Quando Bolsonaro será preso?

Nesse contexto, gente como o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, terá que treinar a língua. Ele encostou sua candidatura à reeleição em Bolsonaro. O Datafolha revelou, em maio, que 61% do eleitorado paulistano não admite votar em bolsonarista. Nas próximas semanas, não haverá espetáculo mais divertido do que acompanhar a acrobacia retórica do prefeito sempre que for questionado sobre a ficha corrida do seu padrinho.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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