Josias de Souza

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Opinião

Eleições podem retardar as denúncias contra Bolsonaro

Quando o Brasil ainda tentava ser um país lógico, a combinação de campanhas eleitorais com inquéritos criminais costumava deixar partidos e líderes políticos em apuros. Com Bolsonaro, isso mudou. Virado do avesso por investigações da Polícia Federal, o "mito" coloca sua liderança pessoal a serviço de candidaturas municipais do PL como se nada tivesse sido descoberto contra ele.

Numa corrida contra o relógio, a Polícia Federal se equipa para encerrar com indiciamentos os principais casos que envolvem Bolsonaro: a venda das joias, a falsificação de cartões de vacina e a tentativa de golpe. Como há males que vêm para pior, a Procuradoria-Geral da República analisa a hipótese de postergar para depois das eleições de outubro o capítulo seguinte.

Destinatária dos indiciamentos, caberá à Procuradoria decidir pelo arquivamento ou oferecimento de denúncias contra Bolsonaro e seus cúmplices ao Supremo Tribunal Federal. Alega-se nos bastidores que o adiamento da decisão evitaria que o Ministério Público Federal fosse acusado de tentar influir nas eleições.

Essa conversa mole é um atentado contra o direito à informação. Sempre haverá eleitores devotos que não acreditarão nas conclusões da PF sobre o "cabo eleitoral de luxo" do PL. Mas a eleição para prefeito exige a formação de uma hegemonia que ultrapassa as fronteiras de um determinado grupo.

Um eleitor sem cabresto tem o direito de dispor de todos os dados que facilitam a sua escolha -da avaliação do candidato à exposição de denúncias que exponham as vísceras de um cabo eleitoral inelegível.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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