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Condenação de Bolsonaro é consumida antes de ser consumada pelo TSE
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A condenação de Bolsonaro já é consumida antes mesmo de ser consumada pelo Tribunal Superior Eleitoral. O veredicto foi postergado para esta sexta-feira. Mas o jogo está jogado. Há no TSE sete ministros. O julgamento será retomado ao meio-dia com um placar parcial de 3 a 1 pela inelegibilidade. Ao menos mais dois ministros votarão contra Bolsonaro: Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes. Confirmando-se a expectativa do capitão de que Kassio Nunes Marques optará pela absolvição, o placar será de 5 a 2.
Na sessão desta quinta-feira, Raul Araújo, ministro de viés bolsonarista, frustrou parcialmente os desejos da defesa, abstendo-se de formular o pedido de vista protelatório encomendado publicamente. Ao votar, ele inocentou Bolsonaro. O diabo é que seus argumentos foram triturados na velocidade de um raio pelo novato Floriano de Azevedo Marques, que votou na sequência.
Contra a tese de Raul Araújo segundo a qual Bolsonaro apenas exercitou sua liberdade de opinião ao mentir para embaixadores estrangeiros sobre o sistema eleitoral, Floriano Marques declarou: "Alguém pode acreditar que a terra é plana e integrar a confraria da borda infinita. Porém, se este crédulo for professor da rede pública, não lhe é permitido lecionar inverdades científicas aos seus alunos, pois isso seria desviar as finalidades educacionais do docente."
Para o ministro Raul, a reação tempestiva do TSE e a derrota de Bolsonaro para Lula mostraram que o discurso aos diplomatas, embora descabido, não surtiu efeitos eleitorais que justificassem a pena de banimento das urnas por oito anos. E Floriano: "Se alguém põe fogo no edifício e os bombeiros chegam a tempo de apagá-lo, não se elide a intenção de quem pôs fogo no prédio. Seria premiar a conduta ilícita pela eficiência de quem a coíbe".
Professor de Direito, Floriano usou analogias que podem ser entendidas por qualquer leigo. Ouvindo-o, até uma criança compreende que, ao tentar tocar fogo na democracia, Bolsonaro entrou num processo de autocombustão que o excluirá da cédula nas próximas três eleições —duas municipais (2024 e 2028) e uma nacional (2026).
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