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Reinaldo Azevedo

"Mito" diz: "Todos morrem". Doria: "Vida de quem amamos não se recupera"

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Imagem: reprodução

Colunista do UOL

30/03/2020 18h36

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O governo do Estado de São Paulo decidiu empreender uma ofensiva também publicitária em favor da quarentena. Começa a circular hoje nas TVs, rádios e nas redes sociais o vídeo "Fique em Casa". O filme é feito em preto e branco. Narrador e texto apontam para a gravidade da crise, que aparece também na tela:


"Contra o coronavírus, siga o que dizem os especialistas em pandemia: fique em casa. O que dizem os governantes europeus que estão enfrentando a pandemia: fique em casa. O que diz o presidente dos Estados Unidos, que antes dizia para todos irem trabalhar: fique em casa. Siga o que diz a Organização Mundial da Saúde: fique em casa. A economia, a gente trabalha e recupera. A vida de quem a gente ama, não dá para recuperar".

Trata-se, obviamente, de uma campanha que confronta as palavras e a atuação pessoal do presidente Jair Bolsonaro. O curioso é que o vídeo está em consonância com a política do Ministério da Saúde... Não é segredo para ninguém que o principal alvo dos chiliques de Bolsonaro é o governador de São Paulo, João Doria, cuja atuação para enfrentar a crise está sendo elogiada até por seus opositores. Bolsonaro, no entanto, não gosta.

Não é preciso ser muito bidu para perceber que, na prática, a peça do governo do Estado diz: "Ouçam o que dizem os que conhecem a crise, não o que diz Bolsonaro". Mais: diante de um presidente da República que diz "todo mundo morre um dia", há o governo de São Paulo com uma nova divisa: "A economia, a gente trabalha e recupera. A vida de quem a gente ama, não dá para recuperar".

A campanha fica no ar nos meios de comunicação até o dia 6 de abril.

Cumpre lembrar que o Estado está em quarentena até o dia 7. O governo vai avaliar, então, perto do esgotamento do prazo se vai ou não renová-la.